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O presidente do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) e da Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer), Júlio Zoé de Brito, defendeu em 7 de novembro, durante a audiência pública sobre pesquisa e extensão rural, realizada na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, maior interação entre os dois setores. Para ele, é preciso que instituições de pesquisa ouçam os extensionistas sobre as reais necessidades dos agricultores, a fim de que desenvolvam projetos e estudos afinados com as demanda do campo.
Em relação ao IPA, cuja estrutura abriga os setores de pesquisa e de assistência técnica e extensão rural, Júlio Zoé lembrou que os estudos produzidos pelas organizações estaduais de pesquisa agropecuária (Oepas) tornaram o Brasil uma referência mundial na agricultura tropical. “Hoje, o Brasil cultiva aproximadamente 8 milhões de hectares de soja e não utiliza sequer uma tonelada de fertilizante nitrogenado, porque temos a tecnologia dos inoculantes, pela qual uma bactéria capta o nitrogênio do ar e incorpora à planta.” Segundo ele, essa técnica permite ao país economizar divisas e contribuir para a preservação do meio ambiente. “Esse nitrogênio não está nos rios ou nas represas”, destacou o presidente da Asbraer.
Ele citou o plantio direto como resultado da pesquisa. “Isso representou uma revolução do ponto de vista da conservação do solo, melhorou a utilização das máquinas agrícolas e trouxe um novo conceito na produção de grãos”, disse Júlio Zoé. Outro benefício conquistado pela pesquisa foi o controle biológico, como importante ferramenta para a sustentabilidade da agricultura tropical.
Após dar três exemplos importantes de contribuições da pesquisa para o desenvolvimento da agricultura, Júlio Zoé indagou sobre quem estaria sendo o beneficiário dessas conquistas. Para ele, milhões de agricultores estão excluídos desse processo. “Não é porque queiram estar nessa situação, mas é porque muitos nem sequer têm conhecimento ou oportunidade de saber que essas tecnologias existem”, disse ele, ao lembrar que, se não houver um fortalecimento da integração entre extensão rural e o acervo de conhecimentos que vêm da Embrapa e das entidades estaduais de pesquisa, “estaremos trabalhando para bem poucos”.
Além do presidente da Asbraer, participaram da audiência pública o secretário de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Valter Bianchini, o fiscal federal agropecuário do Ministério da Agricultura, Helinton José da Rocha, o presidente da Embrapa, Maurício Antonio Lopes, e o presidente do Conselho Nacional dos Sistemas Estaduais de Pesquisa Agropecuária (Consepa), Evair Vieira de Melo.
Júlio Zoé destacou o importante papel desempenhado pelo ex-presidente da Asbraer e atual deputado federal por Minas Gerais Zé Silva, autor do requerimento que propiciou a realização, hoje, da audiência pública. De acordo com Zoé, as iniciativas do parlamentar têm permitido que a Asbraer seja presença constante no Congresso Nacional para defender a importância da assistência técnica e extensão rural.
Ele recordou, ainda, e manifestou profunda gratidão aos parlamentares da Comissão de Agricultura da Câmara, que, no ano passado, aprovaram um indicativo em favor da criação do órgão nacional de Ater. Para Júlio Zoé, essa ação foi extremamente importante e, possivelmente, levou a presidente Dilma Rousseff a tomar a decisão política de criar um sistema e uma instituição nacional para coordenar os serviços de Ater.
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