Uvas mais doces em Marialva
Gerar energia em usinas termelétricas a partir do capim-elefante e promover emprego e renda no sertão sergipano foi o que as alunas do curso superior de Tecnologia em Saneamento Ambiental Bruna Silva e Samilly Santos buscaram com a criação da Cooperativa de Produtores de Capim Elefante do Alto Sertão Sergipano (Coopcapim). O projeto foi o vencedor na categoria tecnólogo, tema cooperativismo, na edição 2010 do Prêmio Técnico Empreendedor. O prêmio foi entregue nesta terça-feira (7), na sede do Sebrae Nacional, em Brasília.
As estudantes do Instituto Federal de Sergipe, campus Aracaju, explicam que o capim-elefante é uma gramínea que se adapta ao clima do semiárido e às áreas degradadas, sem uso de corretivos e de agrotóxicos. Segundo Bruna Silva, o objetivo da cooperativa é promover o desenvolvimento econômico da região de Poço Redondo, a 190 km de Aracaju. “A cooperativa pode melhorar a renda e as condições sociais dos agricultores, com sustentabilidade ambiental, já que o capim consome grande quantidade de gás carbônico durante o cultivo”, destaca.
A expectativa dos 40 cooperados é alcançar rendimento de até R$ 2,4 mil reais por mês com a produção de 200 fardos de 12 kg de capim por família e venda para as usinas hidrelétricas da região. “Além de gerar energia menos poluente do que o material convencional (madeira e bagaço de cana), o capim-elefante pode ser utilizado na alimentação animal, explica Samily Santos.
Os produtores da região foram ouvidos pelas jovens nas pesquisas de campo para a elaboração da proposta de cooperativa. “Os agricultores do município de Poço Redondo ficaram animados com a ideia pela possibilidade aumentar o ganho mensal, que atualmente é menor do que um salário mínimo”, afirma Samilly.
Incentivo governamental
“Espero que os frutos do prêmio sejam produtivos e que a gente possa preparar jovens para um Brasil que cresce cada vez mais no agronegócio”, afirma o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Marcio Portocarrero, que participou da cerimônia de entrega dos troféus do Prêmio Técnico Empreendedor. Para ele, o país que se consolida como maior produtor agrícola do mundo necessita de oportunidades de negócios e geração de renda para pequenos e médios produtores. Portocarrero acredita que o papel do governo, em prêmios como esse, é valorizar as ideias dos mais jovens.
Fomento aos jovens empreendedores
Nesta edição de 2010, concorreram 450 projetos, 50% a mais do que o registrado em 2009. As propostas selecionadas atenderam aos critérios de inovação e apresentaram potencial para negócios, viabilidade financeira, possibilidades de benefícios sociais e ambientais.
O prêmio conta com as categorias técnico (ensino médio) e tecnólogo (nível superior) e os temas são Inclusão Social, Cooperativismo e Livre. O projeto vencedor ganha R$ 8 mil, o 2º lugar, R$ 6 mil, e o 3º, R$ 4 mil. São premiados também os professores orientadores que recebem R$ 3 mil pelo projeto vencedor, R$ 2 mil pelo 2º lugar e R$ 1 mil pela 3ª posição.
Mais de 1.800 projetos foram inscritos desde o início do prêmio, em 2002. Os concorrentes têm que, comprovadamente, contribuir com o processo de desenvolvimento socioeconômico de suas comunidades. Segundo os patrocinadores, o prêmio é uma forma de viabilizar o negócio do aluno, que, com os recursos, pode firmar parcerias para fomentar sua ideia.
Sophia Gebrim
Mapa
(61) 3218-2203
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura