PR Safra 2025/26: chuvas causam perdas e atrasos nas lavouras

Os intensos temporais registrados no Paraná na última semana trouxeram impactos significativos às lavouras do estado. De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), a sexta-feira (7) foi marcada por ventos muito fortes, granizo e volumes expressivos de chuva, principalmente nas regiões oeste, centro-sul e sudoeste.

O excesso de precipitação e os episódios de granizo afetaram o andamento das atividades de campo, interrompendo o plantio e a colheita de diversas culturas. As condições climáticas adversas também provocaram perdas localizadas e aumento de custos para os produtores, que enfrentam novos desafios neste início de safra.

Soja e milho sofrem os maiores impactos

As lavouras de soja foram fortemente atingidas pelos temporais. O Deral relata ocorrência de erosão do solo, arraste de sementes, perdas de plantas recém emergidas e granizo acima da média, o que tornou necessário o replantio em várias áreas. Embora as temperaturas mais elevadas estejam favorecendo a recuperação das plantas, o desenvolvimento ainda está levemente atrasado. O replantio tem elevado os custos de produção, com nova demanda por sementes, fertilizantes e defensivos. Muitos produtores ainda avaliam a viabilidade de refazer o plantio, já que a decisão pode comprometer a janela ideal para o cultivo do milho de segunda safra.

No caso do milho, as lavouras apresentam bom desenvolvimento nas áreas já consolidadas, mas o plantio foi temporariamente interrompido pelas chuvas. Há registros pontuais de perdas totais, e uma estimativa mais precisa deverá ser divulgada ao longo da semana.

Trigo e cevada encerram ciclo com redução na qualidade

As colheitas de trigo e cevada seguem conforme o clima permite. Apesar da boa produtividade, a qualidade dos grãos foi afetada pelas precipitações e pela ocorrência de granizo. Em áreas atingidas por tempestades, os danos foram generalizados.

Outras culturas também registram atrasos e perdas

O plantio do arroz irrigado foi interrompido na reta final, e produtores enfrentam dificuldade com preços pouco atrativos, pressionados pela oferta de países vizinhos. Na cana-de-açúcar, as atividades de processamento foram paralisadas momentaneamente devido às chuvas. A colheita de mandioca também foi suspensa em pontos isolados, e os preços seguem desestimulantes. Já o café apresenta boa recuperação foliar e floração satisfatória após a colheita.

Nas hortaliças, teve início a colheita das variedades de ciclo curto da primavera-verão, como abobrinha e pepino. O tomate de primeira safra, cultivado em estufas, segue em fase vegetativa, mas os ventos fortes causaram danos pontuais em estruturas e barracões. O preço do fruto está em queda, reflexo do alto volume de produção.

Pastagens se beneficiam das chuvas

As pastagens, por outro lado, responderam positivamente à umidade, apresentando bom desenvolvimento vegetativo e favorecendo o manejo do gado.

Situação de tabaco e florestas preocupa

O Deral também registrou perdas totais em lavouras de tabaco, pinus e eucalipto devido à intensidade das chuvas e ventos.