Plantio do trigo de segunda safra cresce no Cerrado

A estimativa é de 200 a 250 mil hectares semeados

01.03.2025 | 06:29 (UTC -3)
Revista Cultivar, a partir de informações de Breno Lobato

O início de março marca o período indicado para o plantio do trigo de segunda safra no Cerrado do Brasil Central. A cultura, semeada após a colheita da soja e sem irrigação, tem atraído produtores pelos benefícios agronômicos e pela rentabilidade.

A estimativa para a atual safra é de 200 a 250 mil hectares semeados, um crescimento entre 5% e 10% em relação ao ano anterior. Em Goiás, o aumento pode chegar a 15%.

Pesquisadores da Embrapa destacam que o trigo safrinha tem sido adotado por produtores interessados na diversificação de culturas e na redução de riscos.

O cereal é cultivado no sistema de plantio direto, principalmente em sucessão à soja e em rotação com milho e sorgo, o que melhora a qualidade do solo e reduz a incidência de pragas e doenças. O uso do trigo na rotação de culturas também facilita o manejo de plantas daninhas resistentes ao glifosato.

Outro fator que impulsiona o cultivo é a qualidade dos grãos. A colheita ocorre no período seco, entre junho e julho, reduzindo problemas com micotoxinas como a giberela, comum no Sul do país em anos chuvosos. Os rendimentos variam de 35 a 65 sacas por hectare, dependendo das precipitações.

Recomendações para o cultivo

O trigo de sequeiro é indicado para áreas acima de 800 metros de altitude. A escolha da cultivar adequada e a correção do solo são fundamentais.

O uso de calcário e gesso agrícola auxilia na neutralização da acidez e do alumínio, permitindo o aprofundamento das raízes. A semeadura deve ocorrer entre o início e o final de março, conforme a distribuição das chuvas. O escalonamento do plantio é recomendado para minimizar riscos climáticos.

O plantio direto sobre palhada ajuda a conservar a umidade do solo, reduzindo os efeitos da estiagem. Para semeaduras no início da janela, são recomendadas cultivares mais tolerantes a doenças fúngicas, como a brusone. Já para plantios mais tardios, o ideal são cultivares resistentes à seca.

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