Plantio direto e genética ajudam a reduzir e enfrentar as mudanças climáticas no campo

28.10.2009 | 21:59 (UTC -3)

Um acordo internacional está sendo negociado para reduzir as emissões dos gases que aumentam o aquecimento global. Se os governos dos países ricos e em desenvolvimento chegarem a um acordo, as novas metas só devem entrar em vigor a partir de 2012.

No Brasil, o impacto das mudanças climáticas no campo é pauta obrigatória das principais entidades representativas do setor e objeto de estudo em diversas instituições científicas. A Embrapa criou quatro linhas de pesquisa sobre o tema: cenários futuros, pragas e doenças, sistema produtivo e adaptação genética.

Estudo publicado no ano passado pela Embrapa e Unicamp mostrou quais culturas serão mais afetadas e a nova geografia agrícola nacional que pode surgir em função do aquecimento global. Mais de 220 pesquisadores de 27 instituições estão agora envolvidos com a segunda etapa do projeto. A partir de projeções de mudanças climáticas regionalizadas, eles pretendem simular cenários para mostrar como cada região agrícola brasileira pode ser afetada. As previsões inéditas servirão de subsídio para o desenvolvimento de medidas de adaptação.

Novas variedades

Como a soja deve ser a cultura mais afetada pelo aquecimento global no Brasil, a Embrapa Soja em parceria com o Japão está criando variedades geneticamente modificadas da leguminosa resistentes à seca e ao calor. A Basf e o Centro de Tecnologia Canavieira também buscam variedades de cana mais produtivas capazes de aproveitar melhor a água. Nos Estados Unidos, a Monsanto lançará em 2010 uma variedade de milho tolerante ao estresse hídrico. Além de novos cultivares, práticas de manejo para armazenar mais água no solo também devem ser adotadas para enfrentar às alterações climáticas.

“O setor agrícola possui técnicas de manejo que colaboram com o processo de diminuição do carbono, como integração pecuária-lavoura, plantio direto, melhoria de pastagem, boa adubação, redução dos fertilizantes e reflorestamento. Aliadas ao fim das queimadas, elas podem manter o equilíbrio da floresta amazônica e a qualidade da atividade agrícola, tornando o Brasil um dos maiores ‘limpadores’ da atmosfera”, defende Eduardo Assad, da Embrapa Informática Agropecuária, que desde 1982 desenvolve pesquisas sobre Agroclimatologia, Zoneamento de Riscos e Mudanças Climáticas Globais.

(Roberto Villar Belmonte)

Fonte: Massey Ferguson -

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