Plantio direto contribui para redução dos gases de efeito estufa

10.11.2010 | 21:59 (UTC -3)

O plantio direto na palha é uma das alternativas mais eficientes para o desenvolvimento da agricultura sustentável, pois permite não apenas melhorar a produtividade das culturas, incorporando matéria orgânica, mas principalmente reduzir a erosão do solo e a emissão dos gases de efeito estufa. A afirmação foi feita pelo chefe da Divisão de Agricultura Conservacionista do Ministério da Agricultura, Maurício Carvalho, durante a 12ª reunião da Câmara Temática de Agricultura Sustentável e Irrigação.

 

Um dos principais pontos de discussão da reunião foi a agenda do governo federal para a redução dos gases de efeito estufa, como o recém-lançado Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC). Estão previstos investimentos de R$ 2 bilhões na adoção de práticas sustentáveis no campo, como o plantio direto, que dispensa o revolvimento do solo com grades e arados, com a semeadura direta na palha da cultura da safra anterior. Esse procedimento preserva os nutrientes do solo, aumentando a produtividade da lavoura. Com o ABC, o Ministério da Agricultura pretende ampliar, em dez anos, a área atual com uso da técnica em oito milhões de hectares, passando de 25 milhões para 33 milhões de hectares. Esse acréscimo vai permitir, nesse período, a redução da emissão de 16 a 20 milhões de toneladas de CO2 equivalentes.

 

“Queremos mostrar que o governo está estabelecendo instrumentos para a adoção desses sistemas sustentáveis de agricultura, como o plantio direto na palha, integração lavoura-pecuária e a rotação de culturas, parte das metas estabelecidas pelo ABC”. Ele mostra que o programa é uma proposta clara colocada para a sociedade e que agora precisa de divulgação e de capacitação de técnicos, o que vai melhorar a produtividade e a sustentabilidade do sistema agrícola como um todo.

 

O representante do Ministério na câmara também destacou que o governo está trabalhando com algumas metas de fomento à agricultura irrigada, como a capacitação técnica de produtores e a criação de linhas de crédito específicas. Para ele, a prioridade é a harmonização das competências institucionais entre os órgãos ligados ao tema, que hoje são principalmente os ministérios da Agricultura e da Integração Nacional e a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Hoje, as ações do ministério relacionadas à agricultura irrigada estão focadas principalmente na concessão de crédito aos produtores que utilizam esse tipo de prática. “Precisamos trabalhar de forma harmônica com todos os setores do governo, já que cada um tem uma responsabilidade diferente”, finaliza Maurício Carvalho.

 

Sophia Gebrim

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