Neste momento, os produtores estão realizando a implantação da safra de verão. A expectativa mais uma vez, conforme os números dos diversos órgãos, é de uma colheita recorde. Entretanto, mesmo com este cenário, o agropecuarista deve ficar de olho na gestão da propriedade e no resultado das atividades econômicas.
Para isso, conforme o consultor em gestão e governança para resultados, Márcio Gonçalves, o mais importante é ter foco e separar o planejamento de forma organizada e prioritária. “Sugerimos que se comece pelo planejamento da atividade econômica. Se estamos em uma atividade de agroindústria, agropastoril, de pecuária ou na lavoura, o importante é sempre planejar a atividade que vai gerar recursos financeiros para tocar outras iniciativas. Outro aspecto destacado é não limitar-se a pensar um ciclo operacional, mas sim pensar para os próximos anos e sempre fazendo as revisões necessárias”, salienta.
Em paralelo, de acordo com o especialista, é preciso pensar o negócio da propriedade e o planejamento do patrimônio, ou seja, quais investimentos e alternativas que se pode vislumbrar, como arrendar ou adquirir uma nova área. “A partir de um planejamento da propriedade é preciso focar em um planejamento financeiro para gerar recursos para proteger o patrimônio, seja repactuando ou antecipando compromissos assumidos”, observa.
Gonçalves explica que também é momento de pensar na longevidade do negócio (familiar ou não), pois é importante o planejamento como uma etapa do processo para ver se aquilo que está sendo posto em prática está alinhado com o que foi planejado. “Nesse período do plantio até a colheita é uma das fases mais importantes. Criamos valor na operação. Pensando nesta fase pós plantio e expectativa da colheita é momento de comparar os resultados obtidos com aquilo que planejamos”, destaca.
O consultor ressalta que este processo na pecuária é mais fácil, pois existe o momento de lida de mangueira com aferição de peso onde se pode fazer levantamentos com dados e informações para a projeção do negócio. “Mas na lavoura não temos como aferir o desenvolvimento da planta, apenas projetar as expectativas. Esse é um momento de controle, verificação, conversa, tomada de ações corretivas para garantir o resultado planejado. Não podemos esquecer que tudo impacta no resultado operacional. Não podemos desvincular o planejado do que está acontecendo no dia a dia”, salienta.
Após todos os processos de compra e produção, segundo Gonçalves, chega a hora da verdade, que é o pós colheita ou pós venda de animais. Neste momento, para o especialista, é hora de verificar, de fato, se o que foi planejado foi executado e se há boas condições onde as sobras vão acontecer frente às questões de mercado. “Tem que ter um olhar interno cuidando dos custos e processos da empresa, além do olhar para fora com o objetivo de ver se o valor da nossa produção está em condições de honrar os compromissos assumidos. Com isso podemos ver se conseguimos tomar as ações que se planejou em termos de negócios”, finaliza.