Pesquisas realizadas na Esalq estão entre as mais citadas em ciências agrárias

Trabalhos desenvolvidos no Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos são resultados de tese defendida na Esalq em 2016

03.12.2018 | 21:59 (UTC -3)
Caio Albuquerque

Estudos realizados no Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos (PPG-CTA), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), estão nas listas dos mais citados do Journal of Functional Foods e no top 1% mundial em Ciências Agrárias, segundo as bases de dados Scopus e Web of Science. O Journal of Functional Foods está entre as publicações científicas mais reconhecidas no mundo, com fator de impacto 3.470 (Qualis A1 em Ciência de Alimentos e Ciências Agrárias).

De autoria do cientista de alimentos Adriano Costa de Camargo, o primeiro trabalho, “Gamma-irradiation induced changes in microbiological status, phenolic profile and antioxidant activity of peanut skin”, é um dos resultados da tese defendida na Esalq em 2016, que segue a linha de estudos recentes e demonstra que subprodutos da indústria processadora de amendoim podem ser ricos em compostos bioativos com potencial aplicação na área de saúde, além da discutir eventual aplicação como aditivo natural na cadeia produtiva de alimentos, o que poderia substituir ou diminuir o uso de aditivos sintéticos.  

Hoje atuando como pesquisador na Universidad Catolica de Chile, em Santiago, o egresso do curso de Ciências dos Alimentos da Esalq, que também é presidente da Associação de Profissionais Cientistas de Alimentos, recebeu recentemente a notícia de que o artigo publicado no Journal of Functional Foods entrou oficialmente para a lista dos mais citados da revista, como se lê em “The most cited articles published since 2015, extracted from Scopus”. O Scopus é o maior banco de dados de resumos e citações da literatura revisada por pares: periódicos científicos, livros e anais de congressos. A lista pode ser conferida aqui

Em 2017, a tese rendeu ao pesquisador o prêmio Capes de Tese em Ciência de Alimentos e, no ano anterior, Adriano teve sua trajetória acadêmica premiada pela ISNFF (International Society for Nutraceuticals and Functional Foods). Da mesma tese, o artigo sobre resíduos de uva “Enzyme-assisted extraction of phenolics from winemaking by-products: Antioxidant potential and inhibition of alpha-glucosidase and lipase activities”, publicado em 2016 na Food Chemistry, está na lista dos mais citados na área de Ciências Agrárias segundo a Web of Science, serviço de indexação de citações científicas.

“Desde maio-junho 2018, este artigo recebeu citações suficientes para colocá-lo como 1% dos principais em seu campo acadêmico, com base no limite dos mais citados para o campo e ano da publicação”, aponta Adriano, que recentemente teve o nome incluído entre os “top five authors in the world” na área de amendoim no quinquênio 2013-2017, segundo a base Scopus.

O pesquisador ressalta que o impacto de qualquer pesquisa só é conhecido dois ou três anos após a sua publicação. “Não conseguimos ter um retorno do nosso trabalho no curto prazo. É necessário que outros grupos de pesquisa publiquem seus estudos, para que haja número significativo de citações de um estudo anterior ao deles. É o número de citações após esse período que, em última instância, indica o grau de influência em pesquisas posteriores.”

Para a professora Marta Helena Fillet Spoto, coordenadora do PPG-CTA, o Brasil, assim como a Esalq, são referências mundiais na área de Ciências Agrárias. “O êxito do Adriano enquanto pesquisador e na sua nova trajetória em transferência de tecnologia ratifica a nossa vocação na formação de talentos para o agronegócio, enquanto país e instituição. Adriano é a personificação do esalqueano, pois acompanhamos a sua trajetória e crescimento desde a graduação”, declara.

A pesquisa de doutorado foi orientada pela professora Marisa Aparecida Bismara Regitano d'Arce, da Esalq, e pelo professor Fereidoon Shahidi, do Departamento de Bioquímica da Memorial University of Newfoundland, no Canadá, onde Adriano realizou parte da pesquisa com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), via programa Ciências Sem Fronteiras e Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

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