​Pesquisadora do IAC foi uma das finalistas da maior competição de divulgação científica mundial, o FameLab

O concurso reuniu 119 inscritos. Destes, 30 foram selecionados para a semifinal e 11 seguiram até a final, realizada no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, em 27 de abril de 2018

16.05.2018 | 20:59 (UTC -3)
Carla Gomes e Mônica Galdino

A pesquisadora do Instituto Agronômico (IAC), Raquel Caserta Salviatto, foi finalista da maior competição de comunicação científica mundial, o FameLab 2018. A bióloga com atuação em pesquisas com transgenia em citros era uma das poucas representantes das ciências agrárias e a única que falou sobre organismo geneticamente modificado (OGM). O concurso reuniu 119 inscritos. Destes, 30 foram selecionados para a semifinal e 11 seguiram até a final, realizada no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, em 27 de abril de 2018.

“Escolhi esse tema por ser polêmico e principalmente por ser uma grande oportunidade de informar à população que não há do que ter medo quando o assunto é transgênico; um dos jurados até me elogiou pela coragem de falar sobre esse assunto”, afirma a pesquisadora do IAC, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, e bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

A competição busca reconhecer talentos da ciência em diversos países, ao propor aos participantes o desafio de explicar um conceito científico em apenas três minutos, de modo a encantar o público e convencer o júri sobre o conteúdo científico. O objetivo é aproximar cientistas e público em geral, por meio da contextualização de temas científicos no dia a dia da sociedade, além de incentivar o desenvolvimento de competências em comunicação, em especial a habilidade oral.

A pós-doutoranda atua no Centro de Citricultura “Sylvio Moreira” do IAC, onde pesquisa o desenvolvimento de laranjeira transgênica com maior resistência ao amarelinho e ao cancro cítrico. As doenças provocam grandes danos aos pomares e são causadas pelas bactérias Xylella fastidiosa e Xanthomonas citri. Por trabalhar diretamente com transgenia, ela decidiu falar sobre o tema.

“Expliquei a transgenia como uma ferramenta da biologia molecular que permite a inserção de uma nova característica em um alimento, por exemplo. Para ilustrar como isso é possível e atual, citei o arroz dourado, que tem vitamina A porque recebeu genes da via de produção desse nutriente”, explica. Na exposição, Raquel deixou claro que DNA está presente em todos os alimentos que comemos naturalmente, então não há porque temer se um alimento recebeu alguns genes a mais. O conceito foi exposto em 180 segundos, conforme determina o Famelab. 

Como é a competição

Até a final da competição, cada candidato se apresenta por três vezes, sobre o mesmo tema ou não. A primeira participação é por meio de um vídeo, que faz parte da inscrição, a segunda na semifinal e a terceira, na final, foi realizada no auditório do Museu do Amanhã para um público heterogêneo, que este ano contou com muitas crianças na plateia. Na ocasião, foi escolhido o brasileiro que irá para a etapa internacional, a ser realizada na Inglaterra, durante o Festival de Ciência de Cheltenham, em junho de 2018.


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