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O pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia – uma das 47 unidades de pesquisa da Embrapa – Dario Grattapaglia tomou posse como membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC) na área de ciências agrárias, na última terça-feira (07), no Rio de Janeiro, RJ. Foram empossados 37 cientistas de diferentes áreas.
Grattapaglia e Paulo Mazzafera (Unicamp), eleitos na seção de Ciências Agrárias, foram apresentados à ABC pelo Acadêmico Elibio Leopoldo Rech Filho, também pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.
O ministro de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp, que esteve presente à cerimônia, deu as boas vindas aos novos membros titulares da Academia e garantiu que 2013 será bom para a ciência brasileira.
Ele afirmou que a presidente Dilma assegurou a destinação integral do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) às atividades de C&T neste ano - ou seja, em 2013 não haverá contingenciamento no FNDCT. Além disso, o MCTI não será incluído nos cortes que serão feitos nas despesas do governo federal, com vistas a atingir as metas de equilíbrio macroeconômico.
Na avaliação de Raupp, o governo está depositando na comunidade científica a credibilidade e a confiança necessárias ao seu desenvolvimento. E complementou: "Isso resultará no Brasil que queremos: moderno, próspero para todos, justo, democrático, soberano e reconhecido internacionalmente, que só será construído com o concurso da ciência. Convido a nossa comunidade a encarar esse nobre compromisso."
O novo Acadêmico é graduado em Engenharia Florestal pela Universidade de Brasília - UnB e doutorado em Genética (co-major em Ciências Florestais) pela North Carolina State University. É pesquisador e da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia desde 1994 e professor do programa de pós-graduação em Ciências Genômicas e Biotecnologia da Universidade Católica de Brasília desde 2000. Atua também como professor credenciado para orientação de pós-graduandos na UnB e co-orientação na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP-Esalq) e Universidade Federal de Viçosa - UFV.
É ainda editor associado das revistas Tree Genetics & Genomes desde 2005 e Genetics and Molecular Biology (Sociedade Brasileira de Genética) desde 2009. É consultor de agências de fomento científico no Brasil (CNPq, FAPESP, FINEP, CAPES) e exterior (US National Science Foundation, USDA Plant Genome, Australian Research Council, Genome Canada) e atua também como consultor técnico científico na interface entre genômica e melhoramento genético para empresas florestais no Brasil e exterior e como membro de Scientific Advisory Boardst, além de projetos de pesquisa no Canadá e Portugal.
Na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Grattapglia desenvolve pesquisas na área de genética, melhoramento e ciências genômicas de plantas com ênfase em espécies florestais nativas brasileiras e plantadas.
Com uma trajetória de reconhecido destaque nacional e internacional na área florestal e mais de 100 trabalhos publicados, o pesquisador desenvolveu diversos processos tecnológicos e conhecimentos fundamentais nas áreas de genética da conservação de espécies florestais nativas e de florestas plantadas, com tecnologias inovadoras na interface entre o melhoramento e a genômica aplicada e importante impacto no setor produtivo de base florestal do país.
Um dos resultados que merece destaque é a co-liderança do projeto internacional do genoma completo do eucalipto (Eucalyptus grandis). Em 15 de janeiro de 2010, o genoma completo da árvore brasileira BRASUZ1 (Brazil Suzano S1) de Eucalyptus grandis foi concluído com sucesso e disponibilizado na internet em
. Este genoma vem sendo intensamente acessado por diversos grupos em todo o mundo que desenvolvem pesquisas nas áreas de descoberta de genes, mapeamento e estudos evolutivos, entre outros.
O sequenciamento desse genoma foi resultado de uma outra iniciativa de Grattapaglia, que também merece ser ressaltada: a concepção e liderança do projeto GENOLYPTUS (Rede Brasileira de Pesquisa do Genoma de Eucalyptus) entre 2001 e 2009. Esta rede público-privada de inovação foi estabelecida entre 14 empresas privadas e sete instituições públicas de pesquisa, envolvendo mais de 40 pesquisadores, e resultou na construção de uma plataforma integrada de recursos experimentais de campo, bases de dados genômicos e produtos na forma de clones elite, consolidando a integração das ferramentas moleculares no melhoramento de espécies de Eucalyptus no Brasil. Pelo sucesso obtido, a GENOLYPTUS foi usada pela Fundação Dom Cabral como modelo de estratégia cooperativa entre empresas concorrentes para o avanço da tecnologia e inovação.
Em 2011, foi o vencedor da do Prêmio Frederico de Menezes Veiga, concedido pela Embrapa em parceria com a revista Globo Rural a cientistas com trabalhos relacionados à agricultura brasileira.
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