Pesquisa utiliza bioinoculantes em açaí, cacau e dendê

Iniciativa da Embrapii e parceiros é pioneira em culturas perenes amazônicas

12.09.2025 | 14:03 (UTC -3)
Amanda Guerra

Uma pesquisa desenvolvida pela Unidade Embrapii Instituto Senai de Inovação em Biomassa (ISI Biomassa), em Três Lagoas (MS), é pioneira na aplicação de bioinoculantes em culturas perenes amazônicas, dentro de um sistema agroflorestal. O projeto Dêfarm desenvolveu e testou, em casa de vegetação, combinações de microrganismos benéficos (consórcio de bioinoculantes) para fortalecer o crescimento de mudas de dendê, cacau e açaí, no município de Tomé-Açu (PA). A iniciativa é realizada em parceria com a Natura e a Solubio. 

“O objetivo é que esses agentes biológicos melhorem a saúde do solo e das plantas desde a fase de viveiro, ajudando agricultores a adotar práticas mais sustentáveis e regenerativas, especialmente na região amazônica em Sistema Agroflorestal, que combina dendê com outras espécies como açaí e cacau”, explica a coordenadora da Unidade Embrapii e chefe de pesquisa do ISI Biomassa, Layssa Aline Okamura

Esses microrganismos foram multiplicados com tecnologia on farm, ou seja, produzidos localmente, em biofábrica instalada no ISI Biomassa. O uso de bioinsumos produzidos localmente é uma abordagem mais acessível, sustentável e de baixo carbono. A iniciativa une a produtividade sustentável, boas práticas e eficiência, gerando impacto positivo ao meio ambiente, nas comunidades locais e no desenvolvimento de produtos em sintonia com novas práticas de consumo mais responsáveis.

“Projetos Embrapii permitem a criação de uma rede interdisciplinar de desenvolvimento de novas tecnologias , acelerando o processo através do networking entre empresas e pesquisadores. Quando se tem diferentes especialistas de referência em cada área envolvida no processo, podemos mitigar os riscos da inovação, expandir oportunidades, além de levar ao mercado uma tecnologia com alta confiabilidade”, afirma Simone Vieira, gerente de desenvolvimento técnico na Solubio.

A pesquisa teve o investimento de R$ 1.411.312,00, sendo 50% (R$ 570.437,00) de recursos não-reembolsáveis aportados pela Embrapii. O estudo envolveu nove pesquisadores de diferentes áreas de atuação: bioprocessos, biotecnologia, microbiologia, enzimologia, estatística e fisiologia vegetal. A iniciativa também gerou dados inéditos sobre a resposta de mudas em fase de estufa à aplicação de consórcios microbianos.

Inovação sustentável

Para a indústria, o projeto demonstra a viabilidade de soluções biológicas e sustentáveis que podem ser replicadas e escaladas em diferentes contextos. Já para a sociedade e o meio ambiente, o projeto contribui com a redução do uso de insumos químicos, com o fortalecimento da agricultura regenerativa, com o incentivo à conservação da biodiversidade e do solo, além de promover geração de renda e autonomia para agricultores na região amazônica. Em 2025, a iniciativa foi vencedora da categoria Projetos de Valor – P&D, da Prêmio Embrace da Natura

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