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Estudo trouxe à tona uma preocupação significativa para os produtores de cevada. Pesquisadores australianos identificaram que a grama-cevada (Hordeum leporinum), planta encontrada nas proximidades de cultivos comerciais de cevada (H. vulgare), pode atuar como hospedeira alternativa para o fungo Pyrenophora teres. O patógeno é responsável pela mancha-reticulada.
A pesquisa inovadora revelou, pela primeira vez, a ocorrência de recombinação sexual entre isolados de P. teres coletados em cevada e grama-cevada. Por meio de sequenciamento completo do genoma de sete isolados de progênie, os cientistas confirmaram a troca genética entre as duas populações de fungos.
Ensaios de patogenicidade mostraram que isolados de P. teres provenientes da grama-cevada não são específicos de hospedeiro, podendo infectar tanto a cevada comercial quanto a grama-cevada. Além disso, as progênies geradas por essa recombinação mostraram alta virulência contra variedades comerciais de cevada.
Até então, estudos sobre as populações de P. teres sustentavam que os isolados oriundos da cevada e da grama-cevada eram geneticamente distintos e apresentavam especificidade de hospedeiro. A nova descoberta contraria essas conclusões, indicando que, embora haja divergência genética entre as populações, não existe uma separação reprodutiva ou de hospedeiro completa.
Essa ausência de barreiras genéticas ou reprodutivas permite a geração de novos patótipos do fungo, capazes de escapar das defesas naturais ou das resistências incorporadas às variedades comerciais de cevada.
A possibilidade de novas combinações genéticas entre os isolados de P. teres representa um risco direto ao setor agrícola. As progênies resultantes dessas recombinações podem dar origem a patógenos com maior virulência e adaptabilidade, ameaçando cultivos comerciais que não possuem resistência a esses novos patótipos.
Dada a proximidade frequente entre as áreas de cultivo de cevada e populações de grama-cevada, o estudo destaca a importância de práticas de manejo mais rigorosas. Controlar o crescimento de hospedeiros alternativos próximos às plantações pode ser essencial para mitigar os riscos associados à recombinação genética do patógeno.
Mais informações podem ser obtidas em doi.org/10.1094/PHYTO-12-23-0497-R
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