Pesquisa indica rotação de herbicidas com diferentes mecanismos de ação para manejo de plantas daninhas

Orientação foi repassada por especialistas para público durante o Master Meeting Soja, evento que acontece desde terça em Cuiabá/MT

19.04.2022 | 14:46 (UTC -3)
Paola Carlini
Pesquisadora Aline Deon, da Proteplan. - Foto: Divulgação
Pesquisadora Aline Deon, da Proteplan. - Foto: Divulgação

Plantas daninhas são um dos fatores que podem restringir a produção e afetar a produtividade. Pesquisas mostram o surgimento de novas resistências dessas invasoras, o que exige cada vez mais atenção do produtor rural e sua equipe. Uma das formas de manejo indicada por especialistas é a rotação de defensivos agrícolas com diferentes mecanismos de ação.

“O responsável técnico deve conhecer os problemas existentes na área de produção quanto à ocorrência de plantas daninhas e casos de resistência, para procurar utilizar produtos que apresentem controle sobre estas plantas atuando em sítios de ações diferentes”, indicou Anderson Cavenaghi, pesquisador de proteção de plantas e professor do Centro Universitário de Várzea Grande (Univag), durante o Master Meeting Soja 2022 que acontece desde terça-feira em Cuiabá/MT.

Os problemas com plantas daninhas estão sempre presentes no campo, alterando a importância das espécies conforme surgem novas resistências. Segundo Cavenaghi, o capim-pé-galinha (Eleusine indica), que é uma espécie com resistência múltipla, ganhou importância nas áreas de produção na safra 2021/2022. “Em se tratando de plantas daninhas toda atenção, cautela e manejo são fundamentais para quem não quer ter perdas de produção e nem aumento dos custos. ”

Não considerar os problemas apenas em uma cultura e sim em todo o sistema trabalhado na propriedade, é, de acordo com o pesquisador, outra maneira de buscar um bom manejo destas plantas. “As plantas daninhas não ocorrem apenas em uma cultura específica. Além disso, entender se há ocorrência de resistência para as espécies, como por exemplo de Amaranthus, na área vai ajudar na escolha dos herbicidas que possam apresentar um bom controle sobre estas plantas.”

Pré-colheita

No Master Meeting Soja 2022 também foram apresentadas orientações para a dessecação pré-colheita da soja no cenário de escassez de herbicida, fato ocorrido na última safra. A pesquisadora Aline Deon, da Proteplan, falou para mais de 350 pessoas presentes no evento, sobre o momento de aplicação, quais herbicidas podem ser utilizados e suas respectivas doses, bem como o uso de óleos para melhorar a eficiência da dessecação.

Para a especialista, produtor rural e equipe devem conhecer sobre as alternativas para a dessecação pré-colheita da soja. “ Num cenário como o da última safra, com pouco produto disponível para essa operação, foi preciso realizar a dessecação da melhor forma para conseguir antecipar a colheita da soja em alguns dias, diminuir chances de perdas do produto no campo, e assim conseguir também uma janela de plantio melhor para a safrinha”, pontua Aline Deon.

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