Programa Garantia Safra atende mais de 85 mil unidades familiares na safra de verão 2011/2012
O pinhão-manso (Jatropha curcas L.) tem sido considerado uma das alternativas de interesse para atender à demanda de óleo vegetal a ser usado na produção de biodiesel e outros biocombustíveis. Esta oleaginosa possui bom rendimento e qualidade de óleo favorável à produção de biodiesel, adaptabilidade as diferentes regiões de cultivo, longevidade, sendo também alternativa para diversificação da agricultura.
Apesar de suas potencialidades, a espécie está em fase de domesticação, não existindo ainda cultivares e sistema de produção validado para as diferentes regiões produtoras de biodiesel. A Embrapa tem liderado pesquisas nesta área nos últimos anos e, contando com significativos investimentos, avançou no estabelecimento e caraterização de bancos de germoplasma, na definição dos melhores tratos culturais, controle de pragas e doenças.
A torta, resultante da extração do óleo das sementes de pinhão-manso, constitui excelente adubo orgânico, rico em nitrogênio, fósforo e potássio, sendo também uma potencial fonte proteica para a suplementação de animais (maior valor econômico).
No entanto, a presença de compostos bioativos tóxicos, alergênicos e antinutricionais, sendo os ésteres de forbol os principais componentes tóxicos, restringem o uso da torta para nutrição animal. Processos físicos, químicos e biológicos isolados e combinados estão sendo testados pela Embrapa Agroenergia e seus parceiros de pesquisa, tendo algumas combinações de tratamento causado redução acima de 90% no teor de ésteres de na torta.
Os tratamentos são selecionados levando em consideração não apenas o nível de redução, mas também a possibilidade de transposição para escala industrial (scale up), viabilidade econômica e níveis de inclusão significativos nas dietas. Outra estratégia que tem sido abordada é a exploração da variabilidade genética para ausência de ésteres de forbol nos grãos.
Resultados da substituição do farelo de soja por torta originada de pinhão-manso atóxico para a suplementação de carneiros foram promissores, com ensaio de desempenho equivalente ao grupo controle e não causando danos aos animais tratados. Os resultados alcançados até o momento demonstram que há potencialidade para o uso da torta de pinhão-manso na suplementação animal, principalmente em regiões não abastecidas pela cultura da soja e de seus coprodutos. Como resultados das pesquisas geradas pela Embrapa espera-se em médio prazo estabelecer processos industriais viáveis e capazes de destoxificar a torta de pinhão-manso, bem como obter cultivares comerciais de alta produtividade e sem a presença dos componentes tóxicos.
O alcance desses objetivos favorecerá a diversificação da matriz energética para a produção de biodiesel e contribuirá para o fortalecimento da cadeia produtiva do pinhão-manso no Brasil.
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