Produtores rurais testam, na prática, as pás-carregadeiras New Holland
A marca possui quatro modelos em seu portfólio – 12D, W130, W170B e W190B (maior modelo produzido no Brasil)
A coloração, o aroma e o sabor do morango, assim como suas propriedades nutritivas, fazem dessa fruta um produto com valor agregado e muito apreciado pelos consumidores. Além disso, é grande o interesse comercial pelo morangueiro em muitos países. Esses fatores impulsionaram a acadêmica do sexto nível do curso de Agronomia da Universidade de Passo Fundo (UPF), Natália Carolini Loesch Spengler, 21 anos, a pesquisar alternativas para melhorar a qualidade e a produção dos morangos com a diminuição da utilização de fertilizantes químicos.
A pesquisa intitulada “Morangueiro Inoculado com Acaulospora morrowie garante qualidade de frutos” foi orientada pela professora, engenheira agrônoma Dra. Eunice Oliveira Calvete, e teve como coautores: Gregori Caglioni Durante, Nicolas Trentin, José Trevisan Chiomento, Rosiani Castoldi da Costa e Fabiola Stockmans De Nardi. O trabalho ficou em primeiro lugar no Prêmio Aluno Pesquisador 2016 durante a Semana do Conhecimento da UPF na área de Ciências Agrárias.
O sistema tradicional de produção necessita utilizar fertilizantes químicos, que, além de apresentarem custo elevado, trazem consequências ao ambiente. Dessa forma, a acadêmica usou os Fungos Micorrizicos Arbusculares (FMAs) visando reduzir o uso desses compostos a fim de minimizar os danos ao ambiente, mantendo e/ou melhorando a produção e a qualidade dos frutos. “O objetivo do trabalho foi testar se a inoculação micorrízica altera a produção e a qualidade de frutos de morangueiro cultivado em substrato. Inóculos são pequenas quantidades dos fungos de interesse, suficiente para seu desenvolvimento. A inoculação foi realizada com os fungos misturados em água destilada e colocados nas covas (buracos) com o uso de seringas, onde foram plantados os morangos”, explicou a pesquisadora.
Os Fungos Micorrízicos Arbusculares (FMAs) são fungos simbiontes, que colonizam raízes, e funcionam como extensões do sistema radicular. Quando utilizados na reabilitação de áreas degradadas, aumentam a taxa de absorção de nutrientes de baixa mobilidade no solo, assim como minerais e água, além de promover proteção às plantas contra ataques de possíveis patógenos. Eles também contribuem significativamente para o crescimento das plantas. “Esses fungos beneficiam a planta porque suas hifas se espalham no solo funcionando como uma extensão do sistema radicular, de modo que o fungo auxilia na absorção de água e nutrientes, principalmente de fósforo. A maioria das plantas silvestres e cultivadas se associam a esses fungos”, esclareceu a acadêmica.
Existem centenas de fungos com essa característica natural de simbiose com raízes, porém, os usados na pesquisa foram: Acaulospora morrowiae, Claroideoglomus etunicatum e Rizophagus clarus. O experimento foi realizado em ambiente protegido, no Setor de Horticultura e no Laboratório de Ecofisiologia Vegetal, na UPF. Foram utilizadas mudas oriundas do cultivo in vitro produzidas no Laboratório de Biotecnologia Vegetal da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAMV/UPF), da cultivar Camarosa.
Pesquisa mostrou uma melhor qualidade dos frutos
De acordo com os resultados da Anova (Análise de variância), não houve diferença significativa para dados de colonização final das raízes das plantas. Para número total e comercial de frutos, peso total e comercial de frutos destacou-se o mês de outubro. “Plantas que entraram em contato e foram colonizadas por Acaulospora morrowie obtiveram melhor qualidade de frutos, principalmente no mês de outubro, por ter tido menores temperaturas, o que favorece a colonização, assim como o acúmulo de açúcares”, destacou Natália.
Uma nova alternativa
O uso dos Fungos Micorrizicos Arbusculares podem ser uma alternativa para a produção de morangos. “Essa técnica auxilia a planta na absorção dos nutrientes, o que diminui a utilização de adubações químicas, além de ser uma técnica natural, garantido a segurança alimentar”, assegurou a pesquisadora.
Para o cultivo de morangos, as primeiras pesquisas foram realizadas na Espanha na década de 1990, avançando até os dias de hoje. No Brasil, existem três grupos que trabalham com fungos micorrízicos, porém, em substrato e horticultura, somente o grupo da UPF do Laboratório de Ecofisiologia. Conforme a acadêmica, os demais grupos trabalham com identificação e fruticultura.
A acadêmica enfatiza que essa técnica ainda não está próxima dos produtores, mas que essa pesquisa é um incentivo para que isso seja viável futuramente. “Existe um produto comercial no Brasil, o qual foi testado, porém não apresenta bons resultados. No exterior, também existem produtos comerciais que ainda estão em fase de teste. Nosso grupo vem realizando trabalhos para no futuro oferecer ao produtor uma alternativa de qualidade”, pontuou a jovem pesquisadora.
O prêmio
A pesquisa conquistou o primeiro lugar no Prêmio Aluno Pesquisador na área de Ciências Agrárias da XXVI Mostra de Iniciação Científica (MIC), que ocorreu durante a Semana do Conhecimento da UPF, no início do mês de outubro. O evento também integrou a X Mostra de Extensão. Foram aproximadamente 900 trabalhos apresentados na área de pesquisa, extensão e pós-graduação, e 13 alunos foram premiados.
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