Perspectivas favoráveis para o mercado de milho e de soja no Brasil

10.04.2014 | 20:59 (UTC -3)

O Centro-Oeste é há alguns anos o maior produtor de grãos do Brasil, considerado um dos “grandes celeiros do mundo” e deverá expandir a produção de soja e milho safrinha nos próximos 20 anos. Diante disso, a TECNOSHOW COMIGO realizou a palestra ‘Perspectivas para os Mercados Domésticos e Internacionais de Soja e Milho’. O consultor e sócio diretor da Agroconsult, André Pessoa, discorreu sobre as tendências mundiais para o mercado de grãos, as intercorrências que podem alterar este cenário e a perspectiva de crescimento tanto de Goiás, quanto do Brasil e do mundo.

Com 46 milhões de toneladas embarcadas, o Brasil passou a ser o maior exportador mundial de soja em grãos no ano passado, superando os Estados Unidos. A perspectiva era que o Brasil também superasse o país norte-americano na produção do grão, porém a tendência não foi confirmada devido ao longo período de estiagem em algumas regiões produtoras, chuvas excessivas em outras e doenças nas plantações como a ferrugem asiática. Com relação ao milho, o País ocupou, em 2013, pela primeira vez, a liderança nas exportações do grão devido à grande quebra de safra nos Estados Unidos, que é consolidado o maior exportador mundial. Atualmente, o Brasil é o segundo grande exportador, com 21 milhões de toneladas.

Durante a palestra foram debatidos pontos ligados ao desenvolvimento da atual safra das duas culturas, com abordagens dos principais problemas sanitários e logísticos, passando pela atual perspectiva de conjuntura das safras na Argentina e nos Estados Unidos e finalizando com as tendências de preços e perspectivas de rentabilidade para o produtor brasileiro. Segundo o consultor, as perspectivas para os mercados brasileiros tanto de soja quando de milho são boas.

“Para a soja existe a tendência de redução de preços internacionais no segundo semestre deste ano, porém a queda poderá ser compensada pela taxa de câmbio brasileira. Já para o milho a perspectiva é de leve valorização no mercado internacional e, consequentemente, preços melhores no mercado doméstico”, explica. Ele afirma que os principais desafios para o produtor brasileiro são bons investimentos e trabalho árduo no sentido de garantir sempre a boa produtividade. Além disso, “algumas empresas, tradings e cooperativas precisam oferecer melhores serviços de comercialização e armazenagem e o governo deve apoiar os investimentos privados em logísticas”.

O palestrante comenta que é preciso manter políticas públicas favoráveis para garantir melhor desempenho nas culturas dos dois grãos no País. Com a substituição de diversas áreas de pastagem por lavouras de soja nos últimos anos, as plantações do grão passaram a ocupar 30 milhões de hectares no Brasil com um mercado totalmente livre desregulamentado. Essa liberdade de mercado é uma das premissas do crescimento. “Com relação ao milho, hoje temos alguns instrumentos de apoio à comercialização, principalmente voltados ao escoamento da safra de Mato Grosso, que acaba limitando o crescimento da produção em outras regiões competitivas. Esta política está amparada pelo Plano Safra com o programa de garantia de preços mínimos”, acrescenta.

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