Pepe Vargas toma posse como ministro do Desenvolvimento Agrário

15.03.2012 | 20:59 (UTC -3)
Ludmilla Duarte

O novo ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, tomou posse nesta quarta-feira (14), no Palácio do Planalto, e apontou como um desafio de sua gestão dar continuidade e aprimorar os instrumentos para consolidar a agricultura familiar como setor estratégico para o desenvolvimento econômico e social do país. "Queremos fixar no imaginário do povo brasileiro que o Ministério do Desenvolvimento Agrário é o ministério do desenvolvimento econômico, com profunda vocação social", disse, em seu discurso, na presença da presidenta Dilma Rousseff.

Em cerimônia concorrida, com a presença de governadores e parlamentares, entre outras autoridades, o novo ministro falou sobre as conquistas do MDA nos últimos anos e apontou seus planos para o setor. "Está surgindo um novo Brasil rural, com novas oportunidades para quem quer trabalhar na terra. Vamos dar continuidade às políticas articuladas pelo MDA que vem ampliando o papel do campo no projeto de desenvolvimento sustentável do país", apontou Pepe.

O campo brasileiro, apontou o ministro, é muito heterogêneo sob o ponto de vista econômico e social. "Sonhamos com um Brasil rural plenamente desenvolvido, constituído por uma enorme classe média rural", afirmou Pepe Vargas. Para tal, destacou, é preciso elevar a renda das famílias que ainda vivem na extrema pobreza e ter um olhar diferenciado para a agricultura familiar consolidada.

A agricultura familiar produz 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros, lembrou Pepe. "Queremos não só ampliar essa participação do setor no consumo das famílias brasileiras, mas produzir ganhos de produtividade e melhoria da qualidade do trabalho rural. Vamos fortalecer a agricultura familiar e buscar a superação da pobreza extrema no meio rural brasileiro".

Em seu discurso de transmissão do cargo, o ex-ministro Afonso Florence desejou sucesso a Pepe Vargas na condução da pasta e afirmou sentir-se honrado por ter participado da transformação que vem sendo promovida pelo ministério no campo. "Criamos instrumentos e políticas públicas que têm resultados incontestes. Dos 28 milhões de homens e mulheres que saíram da faixa da pobreza e da pobreza extrema, quatro milhões e oitocentos mil vivem no meio rural", disse.

Durante a cerimônia, a presidenta Dilma Rousseff reiterou que a agricultura familiar é um setor estratégico para o projeto de desenvolvimento sustentável que vem sendo aprimorado nos últimos anos. "Este país precisa da agricultura familiar para se transformar numa grande nação. É fundamental olhar para a agricultura familiar como um dos elementos estratégicos para que o Brasil seja de fato uma nação desenvolvida, sustentável. E, sobretudo, para que nós tenhamos um tecido social, de fato, de classe média", disse.

Dilma afirmou que o fortalecimento do setor passa pela superação da pobreza e também pela tarefa de tornar o Brasil um exemplo na agricultura familiar e na reforma agrária, de criar uma nova lógica de desenvolvimento do setor.

"Garantir uma agricultura familiar pujante é condição também para um padrão de qualidade da reforma agrária", afirmou a presidenta. "Este país precisa democratizar o acesso à terra, mas ao mesmo tempo queremos que a reforma agrária no Brasil contribua para esse caminho de sucesso de um setor de agricultores familiares pujante". E isso significa, segundo a presidenta, dar condições de desenvolvimento para os assentados da reforma agrária. "De nada adianta a distribuição de terra e a permanência das populações rurais na extrema pobreza", ressaltou.

A reforma agrária, apontou o ministro Pepe Vargas, tem que ser um instrumento de combate à pobreza. "Vamos focar nas regiões do país com população em situação de extrema pobreza, visando à inclusão produtiva dos pobres, com maior celeridade". Mas é preciso dar condições para o desenvolvimento produtivo dessas famílias, reforçou o ministro: "Quando inseridas no programa de reforma agrária, devem rapidamente ser atendidas com assistência técnica e recursos para apoio à instalação produtiva, para que possam construir sua autonomia, sua emancipação e independência econômica".

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