Paraná registra desafios nas colheitas de mandioca, cana e trigo

Boletim do Deral revela os impactos das condições climáticas nas lavouras

15.10.2024 | 17:11 (UTC -3)
Revista Cultivar, a partir de informações do Deral

Entre os dias 8 e 14 de outubro, o Paraná enfrentou um período desafiador com as colheitas de mandioca e cana-de-açúcar momentaneamente paralisadas, aguardando condições favoráveis no solo para o retorno das atividades. A colheita do trigo, por sua vez, caminha para finalização nas regiões Norte, Oeste, Noroeste e Centro-Oeste. É o que indica o boletim de Condições de Tempo e Cultivo do Departamento de Economia Rural (Deral) divulgado hoje (15). 

A umidade persiste nas áreas em colheita dos grãos de trigo, que já enfrentaram problemas devido à estiagem, altas temperaturas e geadas. Embora a produtividade tenha sido baixa em algumas áreas, há expectativa de melhora nos próximos ciclos. 

A colheita da cevada tem avançado nas janelas sem chuvas, com a maioria das lavouras apresentando bom potencial e cuidados adequados. No entanto, o calor excessivo pode ter encurtado o ciclo das plantas, resultando em grãos mais leves e impactando a produtividade. Em contrapartida, a cebola e o repolho mostram-se saudáveis, especialmente nas áreas irrigadas, e as chuvas recentes beneficiaram as mudas de tabaco transplantadas.

No que diz respeito ao arroz, o plantio segue conforme o cronograma, apesar das dificuldades enfrentadas devido à falta de chuvas. O plantio do milho 1ª safra avança, com plantas em boas condições de desenvolvimento, embora algumas áreas apresentem desuniformidade de germinação. A incidência de pragas, como cigarrinhas e tripes, é considerada baixa, mas algumas regiões enfrentam um aumento na presença de lagartas.

O plantio de batata 1º safra também avança de acordo com as expectativas, com um aumento significativo na área cultivada. Os produtores estão otimistas com o desenvolvimento e a sanidade da cultura, prevendo boas colheitas. Com a volta da umidade, a apreensão entre os sojicultores diminui, e muitos produtores aproveitaram as chuvas para plantar soja, que deverá aumentar ainda mais nas próximas semanas. Algumas lavouras foram semeadas precocemente na região Sul, com a intenção de suceder o cultivo com feijão 1ª safra.

A produção de tomate 1ª safra avança, com a maioria das plantas em fase de desenvolvimento vegetativo e frutificação. Entretanto, na principal região produtora de café do estado, o clima seco tem dificultado a adubação adequada e a formação das floradas para a próxima safra, mas espera-se que a regularização dos tratos culturais ocorra com o retorno da umidade.

Na fruticultura, muitos pomares de maçã, especialmente as variedades Gala e Fuji, não atingiram as 600 horas de frio necessárias para garantir boa produtividade. No entanto, o kiwi se apresenta em boas condições e com potencial promissor. A produção de banana foi retomada no Sul, apresentando cachos vistosos e um aumento na produção nos últimos anos, especialmente nas margens do Rio Iguaçu, com variedades como prata, nanica, caturra, maçã e banana ouro.

Os bananais também têm sido utilizados para mitigar a contaminação por pesticidas na produção de frutas e hortaliças, impulsionadas por programas governamentais de compra de alimentos. Na produção de frutas de subsistência, a pitanga, jabuticaba e amora estão sendo colhidas, apresentando boa qualidade e sabor. A cultura da goiaba está em fase de florescimento, enquanto os pomares de acerola já mostraram sua primeira florada.

Diante desse cenário, o Paraná se prepara para enfrentar os desafios climáticos, com a expectativa de que as próximas semanas tragam melhores condições para o cultivo e colheita, permitindo que os produtores alcancem suas metas de produtividade e qualidade.

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