Para Farsul, queda no faturamento não diminui Expointer

08.09.2014 | 20:59 (UTC -3)

A redução na comercialização de máquinas e animais não retirou o brilho da Expointer, segundo avaliação feita durante coletiva de avaliação da Farsul. A venda de animais somou cerca de R$ 12,419 milhões até o início da tarde de domingo (07.09), e a de máquinas, R$ 2,713 bilhões – quedas de 29,3% e 20,66%, respectivamente, em relação ao ano anterior. “Os números estão de acordo com a realidade do mercado. Não viemos para a feira na ânsia de bater recordes, mas de fecharmos negócios com preços justos e adequados ao momento”, disse o presidente do Sistema Farsul, Carlos Sperotto.

A assessoria econômica da Farsul apontou os vultosos investimentos realizados nos últimos dois anos pelos produtores, a alta nos custos de produção com tendência de queda de preço das commodities, e o ambiente macroeconômico ruim para justificar a redução na venda de máquinas. Em relação à comercialização de animais, o presidente da Comissão de Exposições e Feiras da Farsul, Francisco Schardong, destacou o bom desempenho de vendas dos ovinos texel - a segunda raça que menos vendeu, atrás de cavalos crioulos e à frente de bovinos angus. “Pode ter reduzido o número de animais trazidos e vendidos, mas os melhores estão aí, e as médias para os rústicos se mantiveram. As cabanhas estão usando mais a Expointer como vitrine para as feiras de primavera, nas quais se concretizarão os negócios”, disse Schardong. “A redução na comercialização de cavalos crioulos mostra que a gestão está falando mais alto que o coração”, completou.

Para o vice-presidente da Farsul, Gedeão Pereira, a Expointer também evidenciou o bom relacionamento do pecuarista e das lideranças gaúchas com a indústria da carne, visto que os dois maiores frigoríficos do país, Marfrig e JBS, adquirem gado gaúcho para suas linhas premium e realizaram encontros com fornecedores em Esteio. “A pecuária gaúcha está melhorando em termos de qualidade”, afirmou. Para que os preços sigam atraentes, Sperotto considera fundamental a manutenção das exportações de gado em pé, o envio de novilhos para terminação em outros estados e a venda matrizes e reprodutores para o resto do Brasil. O presidente do Sistema Farsul refutou quaisquer propostas de taxação do envio de bovinos para outros estados ou para o Exterior. “O quadro atual é o que mantém os preços da pecuária. A Farsul defende a liberdade de mercado”, afirmou. Ele ainda reforçou a necessidade de o Ministério da Agricultura liberar o uso de vermífugos a base de avermectina, a fim de proporcionar aos produtores tecnologia de combate ao carrapato – a solicitação foi feita, por Sperotto e pelo presidente da CNA, João Martins Jr., ao ministro da Agricultura, Neri Geller, durante sua passagem pela Expointer.

Entre as atrações da Farsul em Esteio, a Vitrine da Carne, promovida pelo Programa Juntos para Competir – parceria entre a Federação, o Senar-RS e o Sebrae/RS -, foi novamente sucesso de público. Foram 3.581 espectadores, que acompanharam a desossa de oito carcaças bovinas e bubalinas, 16 carcaças ovinas e quatro carcaças suínas.

A Farsul ainda ressaltou a boa organização desta edição da feira, comprovada pelo baixo volume de queixas de associações de criadores com relação a problemas de infraestrutura. Já entre os debates realizados na sede da Federação, Sperotto destacou a reunião do da Federação das Associações Rurais do Mercosul (Grupo Farm), que discutiu o enfraquecimento do Mercosul e a necessidade de se acelerar o acordo de comércio com a União Europeia.

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