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A fim de levar informações aos produtores de caqui da Serra gaúcha sobre o controle de uma doença que foi identificada em 2011 na região, a antracnose, a Emater/RS-Ascar vem promovendo reuniões com agricultores em alguns municípios. Nesta sexta-feira (19/06), o encontro será em Pinto Bandeira, no salão da comunidade da Linha 28, a partir das 14h. Neste município, são cultivados em torno de 100 hectares de caquizeiros, com uma produção de 1.500 toneladas.
Historicamente, o cultivo do caquizeiro sempre foi considerado fácil, pois não necessitava de tratamentos intensivos (quase não existiam pragas e doenças) e produzia bem. Contudo, o aparecimento da doença, que afeta especialmente a variedade kyoto (chocolate preto), a preferida da população do Sul do país, surpreendeu e desestimulou os produtores. Conforme o agrônomo da Emater/RS-Ascar Enio Ângelo Todeschini, essa tradicional cultura da Serra vem apresentando uma considerável redução na área cultivada, a cada ano, pois muitos produtores estão erradicando as plantas ou deixando de implantar novos pomares. De acordo com o agrônomo, essa redução na área já se fez sentir nessa safra. “Com menor produção, aumentou a procura pela fruta, que atingiu valores muito acima da média”, afirma Todeschini.
O agrônomo explica que a antracnose afeta todos os órgãos aéreos do caquizeiro, podendo deformar a planta e reduzir a produtividade por perda de brotos, queda prematura de folhas e depreciação visual da fruta (mancha), inviabilizando o comércio da produção. De acordo com ele, os agricultores vêm tratando a fruta depois que a doença já está instalada, realizando somente tratamentos foliares, o que geralmente não traz resultados satisfatórios, pois são necessários cuidados durante o ano todo. “O produtor precisa fazer um conjunto de práticas culturais que se somam”, explica o agrônomo. Segundo ele, agora, com a colheita encerrada na região, os produtores que ainda têm frutas remanescentes nas plantas, contaminadas, devem coletá-las e enterrá-las. A partir de julho, devem fazer os tratamentos de inverno com caldas específicas e, na fase vegetativa, não podem exagerar na aplicação de adubo nitrogenado. Além disso, de outubro a janeiro precisam realizar a poda verde e os tratamentos foliares durante todo o ciclo vegetativo.
“Com esse manejo, o produtor poderá manter esse tradicional cultivo, importante para a diversificação das propriedades, a geração de renda e a manutenção das famílias e, principalmente, dos jovens no meio rural”, conclui.
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