Para a Abag, Brasil necessita de uma revolução em logística para acabar com os gargalos no escoamento da produção

07.06.2013 | 20:59 (UTC -3)
Assessoria de Imprensa da ABAG

Da mesma forma que o Brasil fez uma revolução na agricultura, com aumento médio anual de 3,7% na produtividade nos últimos 20 anos, agora é necessária uma revolução na parte de logística e infraestrutura para resolver os gargalos que dificultam o escoamento da safra e faz com que um container de grãos posto no porto custe US$ 1.790,00, contra US$ 690,00 dos nossos concorrentes mundiais. A avaliação é de Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Abag – Associação Brasileira do Agronegócio, e foi feita, nesta sexta-feira (07), na abertura do seminário “Os Caminhos do Agronegócio – Oportunidades de Investimento”, promovido pela entidade durante o Construction Congresso, em São Paulo, evento organizado pela Sobratema – Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração.

“Nós, da Abag, estamos trabalhando para que 2013 seja o ano da ruptura dos problemas de logísticas que tanto tem prejudicado o agronegócio brasileiro. Exatamente por esse motivo, estamos aqui no Construction Congresso para, em parceria com a Sobratema, debater como promover uma revolução na área de logística semelhante a que conseguimos fazer com o aumento da produção e da produtividade no agronegócio”, afirmou Carvalho.

Apesar de estar mais esperançoso em razão das recentes medidas anunciadas pelo governo, como por exemplo, os investimentos programados para a construção de ferrovias, rodovias e armazéns, assim como com a recém-aprovada Lei dos Portos, Carvalho não espera solução no curto prazo. “Acredito que, se todos os investimentos se concretizarem, começaremos a ver resultados positivos a partir de 2015”, afirmou. “A recente mudança no marco regulatório dos portos deve acelerar as transformações e incentivar uma maior participação da iniciativa privada no setor”, comentou Olivier Girardi, sócio da Macrologística Consultoria Empresarial, que falou sobre Investimento em Infraestrutura de Transporte durante o Seminário.

Os debates contaram ainda com as participações de Edeon Vaz Ferreira, coordenador executivo do Movimento Pró-Logística da Aprosoja – Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso. Ele chamou a atenção para a enorme deficiência em termos de armazéns, sobretudo nos estados produtores de grãos. “Só no Mato Grosso, temos um déficit de 29% em armazenagem”, afirmou Ferreira.

A avaliação crítica sobre os problemas de armazenagem do País foi referendada também por outro palestrante, Carlos Alberto Nunes Batista, secretário executivo da Câmara Temática de Infraestrutura e Logística do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Segundo Batista, enquanto a capacidade de armazenagem nas fazendas dos Estados Unidos gira em torno de 55%; no oeste canadense chega a 85% e na Argentina alcança o nível de 45%, no Brasil não passa dos 15%. “Para corrigir essa situação, nós do Ministério da Agricultura estimamos que hoje serão necessários investimentos da ordem de R$ 16 bilhões”.

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