Inicia nova capacitação de técnicos através do convênio Embrapa e Sistema OCB
Participam 17 cooperativas totalizando 40 profissionais que atuam em departamentos técnicos do RS, SC e PR
Após sete anos da solicitação do registro do Paclo BR no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o regulador de crescimento para manga, produzido e envasado na Europa pela Ascenza, é lançado no país e já tem seu primeiro lote comercializado, todo destinado aos produtores da região do submédio São Francisco, em Pernambuco, aguardando apenas os trâmites aduaneiros para a entrada no país.
O gerente executivo da Valexport, Tássio Lustoza, explica que a chegada do produto à base de Paclobutrazol é uma reivindicação antiga, dos próprios produtores de manga, que necessitavam de novos produtos para que a livre concorrência de mercado trouxesse redução nos custos de produção.
“A Valexport, a CNA e a Abrafrutas estiveram envolvidas no processo, com o objetivo de agilizar o registro junto ao Mapa, Anvisa, Ibama, entre outros órgãos oficiais. A chegada é comemorada por todos, uma vez que deve reduzir custos de produção em pelo menos R$ 500 por hectare, além de facilitar a poda, a colheita e a florada”, explica.
O diretor técnico da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Jorge Souza, lembra que a manga brasileira precisa reavaliar custos de produção para ser mais competitiva no mercado internacional e a nova opção do Paclobutrazol faz parte e é encarada como uma grande conquista, que viabiliza os aspectos necessários para a produção da fruta durante todo o ano. “Nosso trabalho consistiu em mostrar ao poder público a necessidade de agilizar essa aprovação do produto. Conseguimos acelerar o registro principalmente na etapa final”, comemora.
Renato Francischelli, diretor comercial da Ascenza no Brasil, lembra que em 2012 um grupo de produtores conheceram o Paclo BR na Europa e, dessa forma, identificaram a empresa que já produzia com total segurança e qualidade o Paclobutrazol. “O relacionamento evoluiu e celebramos, no dia 14 de março, em Petrolina-PE, a nossa chegada para um público de 100 produtores, composto essencialmente por engenheiros técnicos e agrônomos ligados ao negócio da manga”, diz.
Já Manuel Coelho, diretor geral da Ascenza no Brasil, explica que houve ensaios com o produto na região de Petrolina e que a ação trouxe resultados promissores. Os dados foram apresentados no evento pelo conselheiro de manga do Vale do São Francisco, Eduardo Ferraz. “O Paclo BR é eficiente no solo, consiste numa rápida absorção das raízes, transportando pelo xilema até os pontos de crescimento vegetativo da planta. A escolha de lançar em Petrolina impacta diretamente um dos principais mercados produtores no país”, analisa.
Ainda segundo o diretor, a atuação do Paclo BR inibe a síntese de giberelinas, produzindo uma diminuição do crescimento vegetativo. O benefício manifesta-se numa folhagem mais equilibrada, promovendo diminuição de podas. Coelho diz que efeitos na qualidade de frutos (cores, tamanhos, maturação e produção) também são observados. “No cultivo da mangueira, juntamente com boas práticas culturais, pode-se estimular e adiantar a floração”, acrescenta.
Segundo a Valexport, o país exporta 86% da manga produzida. Deste total, 67% está no Nordeste. A região do submédio São Francisco é responsável por 80% desse montante. São 35 mil hectares que plantam uma das frutas mais consumidas em praticamente todos os continentes. Cerca de 70% da manga é exportada para países europeus e 30% para os Estados Unidos, América do Sul e Ásia.
Dados da Abrafrutas mostram que o país produz um milhão de toneladas de manga por ano. Só nas plantações do Vale do São Francisco trabalham 60 mil pessoas. O faturamento dessas fazendas chega a R$ 900 milhões por ano. A variedade de manga mais comercializada é a tommy, preferida de 85% dos consumidores europeus. A segunda é a palmer, mais procurada entre os asiáticos.
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