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O novo presidente mundial da Firestone Building Products Company dos Estados Unidos, John Vasuta, chega a nesta quarta-feira (19/08) ao Brasil e vai conhecer o primeiro biodigestor destinado ao saneamento básico, produção de bioenergia e biofertilizante.
O aparelho está instalado na Escola Técnica Estadual Astor de Mattos Carvalho (ETEC), em Cabrália Paulista (SP), a cerca de 350 quilômetros da capital. O biodigestor inaugurado em agosto de 2008 foi desenvolvido pela Embrapa Instrumentação Agropecuária, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e instalado com o apoio da Firestone Building Products, Ecosys e Prefeitura Municipal de Cabrália Paulista.
O presidente será recebido pelo diretor da escola Lourenço Magnoni Jr, pelos pesquisadores da Embrapa Instrumentação Agropecuária João de Mendonça Naime, representando o chefe geral Álvaro Macedo e pelo coordenador do projeto do biodigestor, Wilson Tadeu Lopes da Silva
Vasuta é o segundo presidente da Firestone a conhecer o sistema e vem acompanhado de dois diretores comerciais, Luiz Gonzaga e Antonio Carlos Canelas.
O biodigestor é anaeróbio, do tipo tubular, tem 50 metros de comprimento e quatro de largura, com 250 metros cúbicos de capacidade de armazenamento de líquidos, o suficiente para produzir, pelo menos, 13 metros cúbicos de biogás e seis metros cúbicos de biofertilizante diariamente. A tecnologia foi desenvolvida com a proposta de realizar o tratamento básico de resíduos orgânicos em uma pequena comunidade rural e, assim, promover sua a sustentabilidade social, econômica e ambiental. A Escola Técnica Estadual Astor de Mattos Carvalho, unidade do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, possui as condições ideais para a realização desses experimentos, considerando os 100 alunos que moram em regime de semi-internato e uma granja com 50 suínos. Todo o esgoto orgânico gerado, como fezes e urina, está sendo tratado no sistema biodigestor instalado. A ETEC utilizará o experimento como tema de ensino, o biogás para abastecer fogões de cozinha, aquecimento de granjas, motor e gerador elétrico, e o biofertilizante para adubar a produção de cultivares. Para o diretor da escola, Lourenço Magnoni Jr, a instalação do biodigestor credencia o aluno para trabalhar em projetos de biodigestão. “Coloca-o em sintonia com a tendência do mercado, que é à busca de energia alternativa”, diz.
O pesquisador Wilson Tadeu Lopes da Silva, da Embrapa Instrumentação Agropecuária, responsável pelo desenvolvimento do projeto, explica que os biodigestores têm sido objetos de grande destaque devido a atual crise de energia e consequente busca de fontes alternativas, e pelo intenso processo de modernização da agropecuária, que além da grande demanda de energia, produz um volume de resíduos animais e de culturas, que ocasiona muitas vezes problemas de ordem sanitária. “O diferencial deste biodigestor está no tratamento conjunto de resíduos humanos e animais em um único sistema, proporcionando otimização dos recursos utilizados na implantação e operação do sistema. O desenvolvimento de filtros para melhoria da eficiência do biogás é tema que brevemente será estudado”. O projeto contou com a colaboração do ex-pesquisador da Embrapa, o consultor na área de saneamento, Antonio Pereira de Novaes, que tem grande experiência em biodigestores. Ele trabalha com o tema desde 1980. Segundo Novaes, a construção do biodigestor de Cabrália Paulista segue o mesmo princípio do sistema Fossa Séptica Biodigestora, desenvolvido por ele em 2001, e vencedora do Prêmio Tecnologia Social da Fundação Banco do Brasil, 2003, disseminada hoje em todo o país.
Joana Silva
Embrapa Instrumentação Agropecuária
(16) 21072901 /
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