Novo painel da Spark sobre a nutrição da soja brasileira será concluído no mês de junho

Primeiro levantamento da consultoria, ao final do ciclo 2019-20, apurou movimentação acima de US$ 7,8 bilhões; próximo estudo deverá captar impacto dos preços em alta nas práticas a campo do agricultor e também os desdobramentos de eventuais problemas na cadeia de suprimentos

17.01.2022 | 15:04 (UTC -3)
Fernanda Campos

Após concluir a edição do Business Inteligence Panel (BIP) referente à safra 2020-21, a consultoria Spark Inteligência Estratégica anuncia uma nova edição do levantamento sobre o mercado de nutrição da soja brasileira, que começa a ser estruturado este mês. O primeiro painel do gênero produzido no País foi entregue pela mesma Spark, ao final do ciclo 2019-20 da oleaginosa. O estudo apurou, então, uma movimentação acima de US$ 7,8 bilhões no segmento.

De acordo com o sócio diretor da Spark, engenheiro agrônomo André Dias, o novo BIP Spark Nutrição Soja analisará os segmentos de corretivos e condicionadores de solo, adubação de base e cobertura, inoculantes, bioestimulantes e fertilizantes (via semente e foliares).

“A pesquisa de nutrição da soja terá pontos de análise adicionais ao anterior, sobretudo o impacto da atual pressão de preços dos insumos, com expectativa de elevação e perspectiva de resiliência nos próximos meses”, antecipa Dias. “Esse cenário certamente influenciará nas práticas a campo dos agricultores. Nos dias de hoje, já observamos aumentos significativos nos valores de vendas dos fertilizantes de base”, exemplifica o sócio da Spark.

André Dias, sócio diretor da Spark
André Dias, sócio diretor da Spark

Outra questão complexa, salienta Dias, envolve a cadeia de suprimentos no todo, “em face de previsões que apontam para a falta de produtos fertilizantes, nos pontos de venda, nas safras subsequentes”, continua André Dias.

Conforme o executivo, para a realização do novo BIP Nutrição Soja a Spark fará em torno de 2,4 mil entrevistas. A pesquisa investigará ainda indicadores de adesão do sojicultor a produtos; quais são as principais empresas do setor e, também, o grau associação do produtor da oleaginosa a marcas e fabricantes de insumos para o manejo nutricional da cultura.

“A pesquisa percorrerá as principais regiões produtoras de soja, incluindo os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e a área do MAPITOBA”, complementa Dias.

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Mesmo diante de um cenário de mercado potencialmente desafiador no ciclo 2021-22, em virtude do câmbio, do clima e da pressão de preços, a Spark antevê uma expectativa positiva quanto à movimentação do mercado de nutrição da oleaginosa. “A prevalência de preços favoráveis à commodity no mercado internacional poderá voltar a impulsionar a adesão de agricultores à tecnologia no geral, inclusive o manejo de nutrição de plantas, que transfere mais produtividade e qualidade à produção”, resume Dias.

No levantamento anterior, os números da Spark indicaram que produtos para adubação de base e cobertura ocupavam a maior fatia do mercado, com 81% de participação ou US$ 6,392 bilhões. Os segmentos de corretivos e condicionadores de solo e o de adubação (via semente e foliares), incluindo bioestimulantes, respondiam por cerca de 18% da comercialização, aproximadamente US$ 1,4 bilhão. Os inoculantes fechavam, então, a relação, com participação de 1% e vendas de US$ 54 milhões.

Em volume, lembra a Spark, os sojicultores entrevistados no ciclo 2019-20 demandaram mais de 64 milhões de toneladas de insumos para nutrição da soja. No tocante a fabricantes e marcas comerciais, foram mencionados na pesquisa anterior acima de 200 empresas e 1,9 mil produtos.

Conforme André Dias, a expectativa é que o segundo levantamento BIP Spark Nutrição Soja seja concluído no mês de junho de 2022.

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