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As novas Regras para Análise de Sementes foram apresentadas nesta quarta-feira (02/09), pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, durante o 16o Congresso Brasileiro de Sementes.
O evento é promovido pela a Abrates (Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes), em Curitiba, PR, de 31 de agosto a 3 de setembro. As regras de análise têm um importante papel de prescrever os procedimentos de análise de sementes, envolvendo amostragem, pureza física e varietal, germinação, patologia, tetrazólio e grau de umidade, entre outros testes de qualidade.
“A publicação das Regras promove o alinhamento à ISTA, organismo internacional de referência em análise de sementes, o que facilita o comércio internacional e abre a possibilidade de novos mercados para o Brasil”, destaca Leda Mendonça, técnica ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A última versão havia sido elaborada em 1992 e a atualização foi necessária para adequar a legislação brasileira à resolução do MERCOSUL, que determina que as regras de análise de sementes sigam as recomendações da International Seed Testing Association – ISTA.
A atualização das Regras foi bem recebida pelos laboratórios de controle de qualidade de sementes. Para Márcio Naves, mais do que a padronização internacional, as novas regras têm implicações diretas para a profissionalização do setor. “São procedimentos que irão exigir investimentos para a modernização de equipamentos e para a atualização dos profissionais. Não haverá espaço para aventureiros”, avalia. Não sua visão, os principais avanços ocorreram na questão de fitopatologia, onde as rotinas de controle de qualidade serão mais rigorosas.
Para Gisela Introvini, as regras representam um avanço importante, mas ainda precisam ser aprimoradas. “Alguns cuidados precisam ser levados em consideração, como a questão das espécies consideradas nocivas, que devem contemplar as particularidades de cada região, como no caso da soja e o caupi na região do Maranhão. Há também outras questões que precisam ser incorporadas, como os padrões para controle de qualidade de organismos geneticamente modificados e a questão do teste de vigor, que hoje é muito usado para o cálculo de plantabilidade em agricultura de precisão”, avalia.
A maioria dos capítulos passou por mudanças significativas incorporando avanços tecnológicos em análise de sementes. “As novas Regras estão apresentadas de forma clara e objetiva, refletindo a experiência dos grupos de trabalho”, explica a agrônoma. Também foram incluídos dois anexos que disponibilizam e detalham informações essenciais à correta execução das análises: o Glossário Ilustrado de Morfologia de Sementes e o Manual de Análise Sanitária de Sementes. De acordo com Leda, o processo de atualização teve início em 2004, com a formação de grupos de trabalho e a seleção de coordenadores técnicos, o que mobilizou uma equipe de mais de 50 profissionais. “Os grupos trabalharam no sentido de incorporar as metodologias da ISTA, preservando as peculiaridades e os avanços nacionais em análise de sementes, considerando também a legislação vigente”, explica.
Carina Gomes Rufino
Assessoria de imprensa
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