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A soja é um alimento versátil, nutritivo e funcional, que pode estar presente em diversos pratos da culinária brasileira substituindo, por exemplo, o tradicional feijão. Com interesse em fomentar e diversificar a cultura do grão no país, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) desenvolveu a nova cultivar BRSMG 534, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Fundação Triângulo de Pesquisa e Desenvolvimento. Resistente às principais doenças da cultura, sobretudo a ferrugem-asiática, o novo material pode ser usado tanto para a produção de óleo quanto para o consumo humano.
“A BRSMG 534 apresenta uma alta produtividade, possui porte e desenvolvimento muito bons, além de ser adaptada à nossa região e outras, como os estados de Goiás e Mato Grosso”, destaca a pesquisadora da EPAMIG Oeste, Ana Cristina Juhász.
Ela lembra que o grupo de maturidade ao qual a nova cultivar pertence (7.1) é muito satisfatório e permite a diversificação de culturas. “Ela é considerada precoce, e isso hoje é muito valorizado. O produtor atualmente quer plantar e colher o mais rápido possível, pois assim a soja fica menos tempo no campo, liberando a área para o início de outro cultivo na entressafra, como do sorgo, trigo e milho safrinha”, explica Ana Cristina.
Além da alta produtividade, que a torna competitiva frente aos materiais disponíveis no mercado, a nova cultivar também apresenta moderada resistência aos dois principais nematoides formadores de galhas: Meloidogyne javanica e M. incognita.
Outra característica de destaque é a sua aptidão para o consumo humano. “É importante lembrar que ela não é uma cultivar transgênica e, durantes os testes, verificamos que possui um sabor agradável, o que a torna valorosa para o consumo humano. Isso é um segundo benefício”, ressalta a pesquisadora da EPAMIG Oeste.
O desenvolvimento da nova cultivar levou cerca de 10 anos, desde o primeiro cruzamento até seu lançamento, e ela foi projetada especificamente para ter alta produtividade e boa resistência contra as principais doenças da cultura da soja, como cancro da haste, mancha olho de rã e pústula bacteriana. A tecnologia SHIELD também está presente e foi obtida por cruzamento com fontes de resistência no processo de melhoramento, para que ela desenvolvesse uma resistência diferenciada contra a ferrugem-asiática, considerada hoje a doença mais importante da soja.
“A depender de sua intensidade, a ferrugem-asiática pode ser devastadora. Então, o cruzamento inicial também foi voltado para uma maior resistência contra essa doença e, dentro da população de centenas de plantas geradas, foram realizadas etapas de seleção até chegarmos à BRSMG 534”, detalha o pesquisador da Embrapa Soja, Roberto Kazuhiko Zito. “Observamos que ela apresenta resistência genética, quando comparada a outras cultivares. Isso confere mais segurança para o produtor. Mas vale lembrar que outras medidas de controle, incluindo o uso de fungicidas, continuam sendo necessárias”, acrescenta.
As etapas iniciais de desenvolvimento da BRSMG 534 foram realizadas pela Embrapa Soja, em Londrina (PR). Já as fases mais avançadas de avaliação foram conduzidas em solo mineiro, pela Fundação Triângulo e pela EPAMIG Oeste, em seu Campo Experimental Getúlio Vargas, localizado em Uberaba (MG), e em outras localidades da região. A pesquisa integrou os trabalhos do Programa de Melhoramento Genético da Soja para Alimentação Humana. Finalizado em 2015, o convênio entre as três instituições durou 30 anos e gerou mais de 40 cultivares.
“A BRSMG 534 foi a última cultivar do programa. A parceria foi oficializada em 1995, pouco antes da Lei de Proteção de Cultivares, mas a primeira cultivar lançada em parceria foi, na verdade, a MG/BR-22 (Garimpo), registrada em 1987. No total foram mais de 40 cultivares. A mais notória delas sendo a MG/BR-46 (Conquista), que, em um determinado momento, chegou a ser a cultivar de soja mais plantada do Brasil”, lembra Roberto Zito.
De acordo com os pesquisadores, o desafio agora é a difusão de informações sobre a cultura da soja, para que cada vez mais ela integre a rotina alimentar da população. “Apesar de a soja ainda não fazer parte do prato do brasileiro médio, a EPAMIG segue trabalhando para desenvolver novas cultivares para o consumo humano. Há alguns anos, fizemos um trabalho extenso de divulgação e degustação, e a aceitação foi boa. Lançamos inclusive uma caderneta de receitas que se encontra no site da Epamig”, conclui Ana Cristina Juhász.
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