Neutralidade climática traz alívio no inverno no Rio Grande do Sul

Copaaergs prevê chuvas acima da média e temperaturas elevadas no trimestre julho a setembro

07.07.2025 | 08:56 (UTC -3)
Revista Cultivar, a partir de informações do Copaaergs

A probabilidade de manutenção das condições de neutralidade climática durante o inverno no Rio Grande do Sul chega a 68%. O dado consta em análise do Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul (Copaaergs).

O prognóstico, baseado no modelo estatístico do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), aponta chuvas variando de normais a ligeiramente acima da média no trimestre julho-agosto-setembro. Agosto tende a apresentar os maiores desvios positivos, seguido de setembro. Julho poderá ter precipitações irregulares e, em algumas áreas, abaixo da média.

As temperaturas devem oscilar entre normal e acima da média, com tendência de calor mais acentuado no Norte do estado.

Alerta para armazenagem de água

Diante do histórico de variação pluviométrica, o Copaaergs recomenda aos produtores o investimento no armazenamento de água. A menor demanda evaporativa da atmosfera no inverno favorece a eficiência do armazenamento.

A instalação de sistemas de irrigação também integra as sugestões, visando à redução de perdas por déficit hídrico nas culturas de verão.

Solo e conservação

As práticas de manejo e conservação do solo ganham destaque. O Copaaergs orienta a adoção do plantio direto, a manutenção da cobertura vegetal, a rotação de culturas e o cultivo em nível. O terraceamento deve ser feito onde necessário, assim como a preservação das matas ciliares.

O sistema de cultivo integrado – lavoura-pecuária ou lavoura-pecuária-floresta – é indicado como alternativa sustentável.

Grãos de inverno

O conselho sugere escalonar a semeadura e empregar cultivares de diferentes ciclos, respeitando o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC). O uso de variedades resistentes a doenças e o controle da giberela também são enfatizados.

Em áreas com histórico do vírus do mosaico dos cereais, o uso de cultivares resistentes ao VNAC deve ser priorizado, evitando solos excessivamente úmidos.

Culturas de primavera-verão

O manejo das culturas de cobertura no inverno deve anteceder à semeadura. Ela deve ocorrer quando a temperatura do solo, a 5 cm de profundidade, atingir entre 16°C e 18°C, sempre dentro do ZARC.

No milho, planejando duas safras no sistema milho-soja, a recomendação é antecipar ao máximo a semeadura. Deve-se observar o vazio sanitário e o calendário do Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja.

A cigarrinha-do-milho merece atenção. Essencial o uso de variedades tolerantes às bactérias causadores de enfezamento (Spiroplasma kunkelii e Maize bushy stunt phytoplasma). Também a a adoção de estratégias de controle desse inseto.

Arroz irrigado

O Copaaergs recomenda continuidade no preparo das áreas para a próxima safra. A drenagem deve ser mantida, principalmente diante da previsão de chuvas acima da média.

Para semeaduras precoces, entre setembro e meados de outubro, a profundidade não deve ultrapassar dois centímetros. Após a emergência das plantas, a drenagem precisa ser rigorosa.

Fruticultura

Diante das previsões de maior pluviosidade, deve-se preservar a cobertura verde nos pomares. O somatório de horas de frio pode ser insuficiente para determinadas frutíferas. Por isso, o uso de produtos para indução da brotação deve ser planejado conforme a exigência térmica dos genótipos.

Poda curta é indicada para cultivares com gemas basais férteis. A possível brotação antecipada, favorecida pelo calor, aumenta o risco de geadas. Técnicas de irrigação por aspersão podem ajudar no combate.

Monitorar doenças e manter o controle fitossanitário são tarefas prioritárias, principalmente no início do ciclo vegetativo.

Hortaliças

Apesar da previsão de chuvas acima da média, o sistema de irrigação por gotejamento pode ser necessário. A eficiência no uso da água e o monitoramento de doenças, sobretudo as causadas por excesso de umidade, são indispensáveis.

O manejo de ambientes protegidos deve garantir condições adequadas de temperatura e umidade.

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