Vazio sanitário do maracujazeiro entra em vigor em SC
Medida obrigatória busca conter vírus que causa o endurecimento dos frutos e afeta a produção no Estado
A probabilidade de manutenção das condições de neutralidade climática durante o inverno no Rio Grande do Sul chega a 68%. O dado consta em análise do Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul (Copaaergs).
O prognóstico, baseado no modelo estatístico do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), aponta chuvas variando de normais a ligeiramente acima da média no trimestre julho-agosto-setembro. Agosto tende a apresentar os maiores desvios positivos, seguido de setembro. Julho poderá ter precipitações irregulares e, em algumas áreas, abaixo da média.
As temperaturas devem oscilar entre normal e acima da média, com tendência de calor mais acentuado no Norte do estado.
Diante do histórico de variação pluviométrica, o Copaaergs recomenda aos produtores o investimento no armazenamento de água. A menor demanda evaporativa da atmosfera no inverno favorece a eficiência do armazenamento.
A instalação de sistemas de irrigação também integra as sugestões, visando à redução de perdas por déficit hídrico nas culturas de verão.
As práticas de manejo e conservação do solo ganham destaque. O Copaaergs orienta a adoção do plantio direto, a manutenção da cobertura vegetal, a rotação de culturas e o cultivo em nível. O terraceamento deve ser feito onde necessário, assim como a preservação das matas ciliares.
O sistema de cultivo integrado – lavoura-pecuária ou lavoura-pecuária-floresta – é indicado como alternativa sustentável.
O conselho sugere escalonar a semeadura e empregar cultivares de diferentes ciclos, respeitando o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC). O uso de variedades resistentes a doenças e o controle da giberela também são enfatizados.
Em áreas com histórico do vírus do mosaico dos cereais, o uso de cultivares resistentes ao VNAC deve ser priorizado, evitando solos excessivamente úmidos.
O manejo das culturas de cobertura no inverno deve anteceder à semeadura. Ela deve ocorrer quando a temperatura do solo, a 5 cm de profundidade, atingir entre 16°C e 18°C, sempre dentro do ZARC.
No milho, planejando duas safras no sistema milho-soja, a recomendação é antecipar ao máximo a semeadura. Deve-se observar o vazio sanitário e o calendário do Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja.
A cigarrinha-do-milho merece atenção. Essencial o uso de variedades tolerantes às bactérias causadores de enfezamento (Spiroplasma kunkelii e Maize bushy stunt phytoplasma). Também a a adoção de estratégias de controle desse inseto.
O Copaaergs recomenda continuidade no preparo das áreas para a próxima safra. A drenagem deve ser mantida, principalmente diante da previsão de chuvas acima da média.
Para semeaduras precoces, entre setembro e meados de outubro, a profundidade não deve ultrapassar dois centímetros. Após a emergência das plantas, a drenagem precisa ser rigorosa.
Diante das previsões de maior pluviosidade, deve-se preservar a cobertura verde nos pomares. O somatório de horas de frio pode ser insuficiente para determinadas frutíferas. Por isso, o uso de produtos para indução da brotação deve ser planejado conforme a exigência térmica dos genótipos.
Poda curta é indicada para cultivares com gemas basais férteis. A possível brotação antecipada, favorecida pelo calor, aumenta o risco de geadas. Técnicas de irrigação por aspersão podem ajudar no combate.
Monitorar doenças e manter o controle fitossanitário são tarefas prioritárias, principalmente no início do ciclo vegetativo.
Apesar da previsão de chuvas acima da média, o sistema de irrigação por gotejamento pode ser necessário. A eficiência no uso da água e o monitoramento de doenças, sobretudo as causadas por excesso de umidade, são indispensáveis.
O manejo de ambientes protegidos deve garantir condições adequadas de temperatura e umidade.
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