Detalhada ‘radiografia’ da produção de uva e vinho no país é tema de livro
Mato Grosso do Sul deve moer na safra 2012/2013, 11,7% a mais de cana-de-açúcar do que na anterior. Os dados foram apresentados nesta segunda-feira, dia 16, pelo presidente da Biosul – Associação de Produtores de Bioenergia de MS, Roberto Hollanda Filho. Apesar dos dados positivos, o clima novamente frustra a produção que poderia ser melhor. Dessa vez, a estiagem é o principal problema. “Já viemos de três frustrações de safra por conta do clima. Choveu quando precisávamos de clima seco e a estiagem veio em hora errada. A seca neste começo de ano já influenciou a safra 2012/2013”, explicou Hollanda Filho.
A expectativa é de colher 37,8 milhões de toneladas de cana em Mato Grosso do Sul. Na safra 2011/2012, esse número foi de 33,8 mi t, na anterior (2010/2011), MS moeu 33,5 mi t e em 2009/2010 o Estado produziu 23,1 mi t.
A área cultivada também deve crescer em 5,4%, atingindo 648 mil hectares no Estado. A área de colheita vai aumentar em 12%, enquanto de renovação vai ser 25% menor que na safra passada.
O mix de produção deve se manter o mesmo em relação a safra anterior, quando 63% do produzido se destinou para o etanol e o restante ficou para o açúcar. O mix de produção revela quanto da cana foi destinado à produção de etanol ou açúcar.
Nesta safra serão produzidos 2 bilhões de litros de etanol, um crescimento de 26% em relação a 2011/2012, quando foram processados 1,630 bi de litros. Do total, 430 milhões de litros será para a produção do etanol anidro, enquanto do 1,626 bi l de hidratado.
O estado entregou em 2011 para o sistema interligado nacional 1.100 Giga Watts Hora. Para 2012, a expectativa é cogerar 1.300 Gwh, 18% mais. Em 2010, a eletricidade exportada foi de 660 GWh e em 2009, 220 Gwh. A capacidade instalada em Mato Grosso do Sul é de 830 MW, sendo 590 MW para consumo da própria usina e 240 MW excedente.
A produção de açúcar deverá aumentar 5,72% na safra 2012/2013, na comparação com o ciclo anterior, com a oferta de 33,1 milhões de toneladas, no Centro-Sul do país. No Mato Grosso do Sul, a produção que atingiu 1,58 milhões de toneladas na safra anterior, tem expectativa de atingir 1,67 milhões de toneladas. Há continuado crescimento na safra 2012/2013 mesmo perante a dificuldades climáticos. O fato vem de encontro com a área plantada, que aumentou em torno de 3%, com a ampliação das lavouras nos estados de Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais.
O aumento da área plantada, em torno de 3% e mais 5,72% de produção na safra 2012/2013, também ampliou as oportunidades de emprego no setor sucroenergético do Estado. Serão mais 3 mil novos empregos diretos. A alta representa 10,34% no montante de empregos disponibilizados, totalizando 32 mil empregos no setor na atual safra ante os 29 mil que existiam na produção 2011/2012.
Além do contexto da produção, o setor sucroenergético do Estado de MS e do Brasil enfrentará desafios importantes ao longo dessa safra. Segundo o presidente da Biosul, Roberto Hollanda, o primeiro é continuar aproveitando o extraordinário potencial do setor e o converter em realidade, apesar da ausência de políticas públicas adequadas ao nível do governo federal. “Inexplicavelmente aliado de um pacote que desonerou alguns segmentos de nossa economia, ainda vê-se o etanol enfrentar uma injusta concorrência com uma gasolina de preços mantidos artificialmente baixos. Programas de financiamento existem, mas com uma cortina burocrática que impedem resultados no campo”, afirma Hollanda.
Ele complementa que “já se nota no Centro/Sul um começo de renovação de canaviais, mas ainda falta muito. É necessário expandir as fronteiras existentes, convertendo terras hoje devolutas, em produtivas”. Só no Mato Grosso do Sul, são 8 milhões de hectares disponíveis para a cana e outras culturas.
“Também precisamos manter e aumentar o diálogo com a sociedade, revelando os avanços sociais que trazemos. Mostrar a evolução das práticas trabalhistas no setor sucronenergético, desfazendo mitos que ainda persistem. Trazer exemplos práticos, como o Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Cana-de-Açúcar”, finaliza o presidente.
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