Mosca-branca sobrevive ao parasitismo, mas paga preço reprodutivo

Estudo aponta custo reprodutivo para insetos que escapam de parasitismo por vespa

19.12.2025 | 13:39 (UTC -3)
Revista Cultivar
Ninfas de mosca-branca em uma folha; as ninfas pretas foram parasitadas e estão mortas
Ninfas de mosca-branca em uma folha; as ninfas pretas foram parasitadas e estão mortas

Pesquisadores identificaram variação genética que permite à mosca-branca Trialeurodes vaporariorum sobreviver ao ataque da vespa parasitoide Encarsia formosa. O achado indica potencial de evolução de resistência ao controle biológico. O estudo também mostrou custos reprodutivos para os insetos que escapam do parasitismo.

O trabalho avaliou a espécie T. vaporariorum, praga presente em mais de 800 plantas cultivadas, como tomate, morango e ornamentais. A vespa E. formosa atua como principal agente de controle desde a década de 1970. Em ensaios com famílias distintas de mosca-branca, cerca de 30% das ninfas expostas ao parasitismo sobreviveram, contra 97% no grupo sem exposição. A sobrevivência variou entre famílias, com mortalidade total em algumas e até 60% de sobrevivência em outras.

Base genética

As análises indicaram herdabilidade moderada para a sobrevivência após o ataque da vespa. O resultado sugere base genética para o escape ao parasitismo. Segundo os autores, essa condição abre espaço para resposta evolutiva sob pressão contínua do controle biológico.

Custos de vida

O estudo avançou para medir custos de vida associados ao escape. Fêmeas que resistiram ao parasitismo produziram menos ovos ao longo de quatro dias. A média caiu de 37,27 ovos no grupo controle para 21,47 ovos no grupo exposto. A taxa de eclosão também diminuiu. Apenas 16% dos ovos de fêmeas expostas eclodiram, contra 28,3% no controle.

Os dados apontam um trade-off entre sobrevivência e reprodução. Esse custo pode limitar a disseminação de genótipos resistentes em condições sem parasitismo. Os autores destacam que estratégias de manejo podem explorar essa desvantagem para manter populações suscetíveis.

Entre as aplicações sugeridas, o estudo cita o aumento da heterogeneidade ambiental. O uso de plantas hospedeiras subótimas e a criação de refúgios podem ampliar custos para indivíduos resistentes. A abordagem segue lógica semelhante à usada no manejo de resistência em culturas transgênicas.

Outras informações em doi.org/10.1093/jee/toaf338

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