Época de seca e segurança no manuseio de motosserra
Que tem pouco boi no mercado todo mundo sabe. As escalas em São Paulo, por exemplo, atendem cerca de três dias, de acordo com levantamento da Scot Consultoria.
Ainda assim, a cotação da arroba está subindo em doses homeopáticas. Isso porque a margem da indústria está minguando.
Ontem destacamos que a defasagem do equivalente físico (carcaça com osso) para o boi gordo está na casa dos 12%, sendo que há alguns meses estava em 8%.
Logicamente que o frigorífico não vende só carne. O problema é que o couro e o sebo, outros importantes componentes de receita da indústria, também não estão ajudando.
O couro esteve em queda ao longo dos últimos dois anos. O sebo, com a chegada do frio (que afeta negativamente a demanda pelo produto), passou de R$1,40/kg para R$1,30/kg em apenas duas semanas.
Ontem o Equivalente Scot (que considera a carcaça com osso, o couro e o sebo) estava em R$74,28/@, mais de 9% abaixo da cotação do boi gordo paulista, R$82,00/@, sendo que já existem negócios na casa de R$83,00/@.
Entenda dessa forma: com a venda da carne, do couro e do sebo, o frigorífico não consegue pagar o boi. Faltam R$7,72/@, que ele vai ter que tirar das farinhas e dos miúdos.
Se a gente colocar tudo na conta (carne com osso, couro, sebo, farinhas e miúdos), chegamos ao Equivalente Scot Carcaça, que ontem estava em R$89,58/@. Nesse caso, a diferença em relação aos R$82,00/@ do boi gordo é de +9%.
Só que, nesse “espaço”, a indústria tem que conseguir encaixar todos os outros custos, como mão-de-obra, água, luz, transporte, depreciações, etc.
As expectativas agora estão focadas no desempenho das vendas de carne a partir dos próximos dias, em função do pagamento de salários.
Fabiano Tito Rosa
Scot Consultoria
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