Monitoramento é essencial para controle de moscas-das-frutas nos pomares

Fruticultores fazem o monitoramento permanente das áreas de risco, usando armadilhas, que atraem de forma natural o inseto

28.09.2016 | 20:59 (UTC -3)
CNA

A mosca-das-frutas, uma das principais ameaça à fruticultura mundial, tem assombrado os produtores brasileiros. A Ceratitis capitata, ou mosca do mediterrâneo, é considerada a espécie que mais causa danos e prejuízos nos pomares, por se adaptar facilmente a diferentes regiões e climas. Ela deposita os ovos nos frutos em desenvolvimento, as larvas rompem as casas e se alimentam da polpa, inviabilizando a comercialização do produto.

Uma das alternativas que os produtores têm investido para controlar a praga é o monitoramento permanente das áreas de risco, por meios de armadilhas, que funcionam como um atrativo natural do inseto. “O monitoramento é essencial e deve ser feito em todos os pomares com fruteiras hospedeiras de moscas-das-frutas. Ele permite conhecer a flutuação populacional da praga em diferentes épocas do ano e identificar os focos de maior manifestação”, afirmou o presidente do Instituto da Fruta do Vale do São Francisco, Ivan Pinto da Costa.

Segundo ele, o monitoramento solidário pode ser considerado o termômetro da lavoura, que deve balizar as ações de controle, sejam elas cultural, química, biológica, coleta massal, Técnica do Inseto Estéril (TIE) e quarentenária. “As inspeções das armadilhas devem ocorrer semanalmente e medidas de controle devem ser aplicadas quando o índice MAD (Mosca/Armadilha/Dia) for igual ou superior a 0,25. Todos os fruticultores, independente se produzem frutas para o mercado interno ou externo, precisam saber a importância das ações individuais de controle, efetuadas por cada um deles, para obter um resultado coletivo satisfatório”, destacou Costa.

O assunto foi debatido na reunião conjunta da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Fruticultura do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Comissão Nacional de Fruticultura da Confederação da Agricultura do Brasil (CNA), nessa terça-feira (27/09), em Brasília. Na ocasião, os representantes também discutiram os avanços do Programa Nacional de Controle da Moscas-das-Frutas, o estágio atual do registro de defensivos paraminor crops e o objetivo do Comitê Científico de Frutas e Hortaliças Seguras: HORTIFRUTI – Saber e Saúde.

O presidente da Câmara Setorial, Luiz Roberto Barcelos, explicou a importância do Comitê Científico para o reconhecimento da hortifruticultura como um setor de alta credibilidade técnica no Brasil. O colegiado é formado por um grupo de pesquisadores, especialistas do setor privado, representantes de governo, para trabalhar em soluções aos desafios da cadeia produtiva. “Nós faremos um mapeamento dos principais movimentos de stakeholders, visando antecipar riscos e aumentar a segurança da hortifruticultura no país”, disse Barcelos.

O presidente da Comissão da CNA, Tom Prado, falou da extensão de uso e registro de ingredientes ativos para fabricação de defensivos agrícolas para as pequenas culturas (minor crops). Hoje, há produtos já liberados para algumas culturas que não são permitidos para aplicação em lavouras que ainda não dispõem de moléculas específicas. “Alguns defensivos utilizados na manga, para combater a mosca-das-frutas, são proibidos para outras culturas, como acerola e melão. Muitas propriedades têm duas ou mais produções diferentes na mesma área, se o uso do defensivo é feito corretamente para toda a propriedade, porque permitir para uma cultura e não para outra?”, ressaltou Prado.

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