Monitoramento ambiental da soja Roundup Ready é apresentado em livro

17.02.2014 | 20:59 (UTC -3)

Manoel Dornelas de Souza, pesquisador do Laboratório de Qualidade de Solos, escreveu o capítulo 2.2 onde apresenta e discute os resultados obtidos para os atributos físicos do solo selecionado para verificar se antes da aplicação prévia de herbicidas para o plantio da soja em 5 safras- de 2005 a 2009, nas diferentes áreas de monitoramento ambiental, estariam sujeitos a alterações. Com base nos dados, durante os cinco anos de estudos, pode-se concluir que os tratamentos não afetaram os atributos avaliados. Isto indica que os parâmetros físicos não foram atingidos pelos tratamentos e nem pelo manejo dado.

“Para isso, amostras das oito áreas em estudo foram obtidas anualmente, antes da aplicação dos herbicidas de manejo em pré-plantio. Foram analisadas a densidade, porosidade total, macro e microporosidade, granulometria, argila dispersa em água, agregados, retenção de água e carbono orgânico”, explica Dornelas.

Os capítulos 3.1 e 3.2, de Rosângela Abakerli e Nádia Rodrigues, do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas da Unicamp e Elisabeth Fay, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente abordam resíduos de glifosato e ácido aminometilfosfônico (AMPA) no solo e em grãos de soja.

Conforme as autoras, a magnitude dos resíduos de glifosato é um assunto complexo, pois eles dependem tanto do modo de utilização do herbicida, quantidades aplicadas, formulações, processos de transporte e degradação, maturidade fisiológica, e condições ambientais.

No Capítulo 3.1, foram avaliados os resíduos de glifosato e AMPA, em soja tolerante ao glifosato e soja convencional produzidas nos dois sistemas de manejo de plantas daninhas que são comercialmente utilizados. Num sistema, o controle das plantas daninhas foi feito com herbicidas convencionais, tanto em parcelas de soja tolerante como convencional. No outro sistema, o controle foi efetuado pelo tratamento com o herbicida Roundup Ready, a base de glifosato. As avaliações foram feitas durante as mesmas cinco safras, nas oito áreas de produção de soja selecionadas.

De acordo com as pesquisadoras o uso de Roundup Ready em pós-emergência sobre a cultura, nas condições comerciais de produção de soja RR resultam em resíduos de glifosato que não são maiores que 2,0 mg kg -1., bem abaixo da tolerância estabelecida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para essa cultura (10 mg kg-1).

No capítulo 3.2, sobre resíduos no solo, as pesquisadoras analisam os níveis residuais do glifosato e do AMPA, determinados em solos, coletados em duas profundidades, para avaliar a persistência e a lixiviação desses compostos, nas oito áreas de produção comercial monitoradas. As determinações foram feitas antes do início do monitoramento e durante as cinco safras.

Foi identificado que a persistência do glifosato no ambiente é altamente dependente do tipo de solo e o fosfato tem papel de extrema importância na determinação da biodisponibilidade e no seu potencial de lixiviação.

As pesquisadoras concluíram que os manejos agronômicos podem ser um fator estimulador ou retardador para a degradação do herbicida, e em função disso esta pode variar de safra para safra. O número de aplicações e dosagens do herbicida em pós-emergência sobre a soja não são fatores de contribuição para o aumento da concentração do glifosato no solo.

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