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A elaboração de uma agenda estratégica para a Agricultura de Precisão (AP) é considerada um passo fundamental para que o setor possa crescer e continuar contribuindo para o desenvolvimento sustentável e a competitividade do agronegócio brasileiro. Foi com essa intenção que os integrantes da Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão (CBAP) – entre eles o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) – se reuniram nesta quinta-feira (13/2), em Brasília.
No encontro, representantes das instituições, indústrias de máquinas, universidades e produtores rurais que compõem a CBAP debateram as principais demandas da área para que, a partir delas, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) possa definir políticas públicas específicas. O assessor técnico do Departamento de Educação Profissional e Promoção Social (DEPPS), Igor Orígenes Moreira Borges, ressalta que, no caso do SENAR, esse planejamento vai ajudar a entidade a entender as necessidades de toda a cadeia e assim estruturar as capacitações oferecidas.
“Também propomos um relacionamento institucional mais próximo com as empresas para que possamos ter acesso às tecnologias e capacitar da melhor maneira possível os nossos instrutores. A agenda é um pontapé inicial para a Agricultura de Precisão ganhar força. Vai ajudar no fortalecimento e na difusão do tema perante a sociedade”, prevê.
De acordo com o presidente da CBAP e professor da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq), José Molin, entre os assuntos considerados prioritários está a realização de um diagnóstico do mercado, com a caracterização do nível de adoção de AP no País. Para ele, também é importante criar uma governança que possa integrar todos os envolvidos e dar visibilidade ao grupo, assim como incentivar a pesquisa para sensibilizar os gestores de recursos sobre a importância dessas tecnologias.
“A formação e a capacitação são igualmente essenciais nesse processo. O SENAR vem fazendo um trabalho forte de divulgação desde 2012 e chamou a atenção para a formação de pessoal de nível operacional”, salienta.
O secretário da CBAP e chefe da Divisão de Prospecção da Tecnologia Agropecuária do Mapa, Fabrício Juntolli, acredita que o setor precisa se organizar em torno de uma associação nacional e fazer um levantamento estatístico para saber quantos produtores utilizam AP no Brasil, onde estão e quais tecnologias usam, por exemplo. Outro ponto importante é a criação de linhas de crédito específicas para facilitar a adesão dos agricultores e a qualificação da mão-de-obra que atua na área.
“O SENAR é extremamente importante na parte de capacitação de técnicos. A demanda é muito grande e não existem operadores preparados para trabalhar com essas tecnologias”, conclui Juntolli.
A CBAP
Criada em setembro de 2012 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão (CBAP) tem como principal responsabilidade a difusão e fomento de conceitos e técnicas de Agricultura de Precisão. Dentre suas atribuições estão desenvolver programas de treinamento de mão de obra em AP, levantar demandas de pesquisa e encaminhá-las aos órgãos competentes, bem como gerar e adaptar conhecimentos e tecnologias com custo e benefícios equilibrados. A Comissão também busca mecanismos para incluir disciplinas na área de Agricultura de Precisão em cursos técnicos, de graduação e pós-graduação; elaborar material de divulgação da AP; buscar a inserção da técnica nas políticas brasileiras; e criar um banco de dados público das atividades relacionadas à prática.
Além do SENAR e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), outras 11 instituições compõem a CBAP: ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa); do Desenvolvimento Agrário (MDA), da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI); Associação Brasileira de Engenheiro Agrícola (Abeag); Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos (Anfavea); Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer); Associação Brasileira de Engenharia Agrícola (SBEA); Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); Fórum de Pró-Reitores de Pós Graduação (Foprop); Universidade de Santa Maria e Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).
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