Moagem da cana na 2ª quinzena de junho recua 7,9% em relação à safra 2021/2022

Moagem de cana-de-açúcar na segunda quinzena de junho na região Centro-Sul atingiu 41,88 milhões de toneladas

12.07.2022 | 15:11 (UTC -3)
UNICA
 No acumulado da safra, a moagem totalizou 187,61 milhões de toneladas ante 212,42 milhões de toneladas registradas no mesmo período de 2021 – queda de 11,68%. - Foto: Wenderson Araujo/CNA
 No acumulado da safra, a moagem totalizou 187,61 milhões de toneladas ante 212,42 milhões de toneladas registradas no mesmo período de 2021 – queda de 11,68%. - Foto: Wenderson Araujo/CNA

A moagem de cana-de-açúcar na segunda quinzena de junho na região Centro-Sul atingiu 41,88 milhões de toneladas, o que representa uma retração de 7,92% em relação à quantidade registrada em igual período do ano passado, quando 45,48 milhões de toneladas foram processadas. No acumulado da safra, a moagem totalizou 187,61 milhões de toneladas ante 212,42 milhões de toneladas registradas no mesmo período de 2021 – queda de 11,68%.

Até o dia 1º de julho, 253 unidades operaram frente a 259 unidades no mesmo período do ciclo 2021/2022. Para a segunda quinzena de julho, outras duas unidades devem iniciar a moagem no Centro-Sul.

Informações preliminares do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), para uma amostra comum de 36 unidades produtoras, indicam que foram colhidas 77,5 toneladas por hectare em junho de 2022, o que representa uma queda de 1,2% no rendimento agrícola da lavoura na comparação com o mesmo período na safra 2021/2022 (76,5 toneladas por hectare). O diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, explica que “apesar da recuperação do rendimento agrícola observado em junho, a expectativa é que, no acumulado da safra, o indicador marque uma retração de 0,8%”.

A qualidade da matéria-prima colhida na segunda metade de junho, mensurada em kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar processada, apresentou retração de 3,30% na comparação com o mesmo período do último ciclo agrícola, registrando 137,08 kg de ATR por tonelada colhida. No acumulado da safra, a queda é de 4,35% com o indicador marcando 127,28 kg de ATR por tonelada.

Produção de açúcar e etanol

A produção de açúcar na segunda quinzena de junho totalizou 2,49 milhões de toneladas (-14,98%). No acumulado desde o início da safra 2022/2023, a fabricação do adoçante totaliza 9,68 milhões de toneladas, frente às 12,34 milhões de toneladas do ciclo anterior (-21,58%).

Na segunda metade de junho, 2,02 bilhões de litros (-3,90%) de etanol foram fabricados. Do volume total produzido, o hidratado alcançou 1,16 bilhão de litros (-6,63%), enquanto a produção de etanol anidro totalizou 859,86 milhões de litros (+0,06%). No acumulado do atual ciclo agrícola, a fabricação de álcool atingiu 9,02 bilhões de litros (-7,17%), dos quais 5,80 bilhões consistem em etanol hidratado (-7,86%) e 3,22 bilhões em anidro (-5,89%).

Do total de biocombustível fabricado, a produção a partir do milho na segunda quinzena de junho registrou 188,84 milhões de litros, contra 125,23 milhões de litros no mesmo período do ciclo 2021/2022 – avanço de 50,79%. No acumulado desde o início da safra, a produção a atingiu 961,76 milhões de litros - avanço de 33,27% na comparação com igual período do ano passado.

O executivo da Unica destaca que “até o momento as usinas da região Centro-Sul deixaram de fabricar cerca de 1,22 milhão de toneladas de açúcar em prol do aumento da produção de etanol. Além disso, a oferta do produto a partir do milho tem tido crescimento robusto e já representa mais de 10% da produção total de álcool na safra. Esses fatores contribuem para que, a despeito da queda em mais de 11% na quantidade de cana processada e 4% na qualidade, o recuo na oferta de etanol seja na casa dos 7%”.

Vendas de etanol

No mês de junho, as unidades produtoras do Centro-Sul comercializaram 2,46 bilhões de litros de etanol, o que representa uma retração de 1,00% em relação ao mesmo período da safra 2021/2022.

No mercado interno, o volume de etanol hidratado comercializado foi de 1,33 bilhão de litros, que representa uma queda de 6,35% em relação ano anterior. As vendas domésticas de etanol anidro, por sua vez, totalizaram 836,81 milhões de litros no mês, volume 2,01% inferior ao observado em junho de 2021. No acumulado da safra, foram comercializados 4,11 bilhões de litros de hidratado domesticamente (-6,86%) e 2,42 bilhões de litros de etanol anidro (+3,65%).

Desde o início da safra 2022/2023, as vendas globais (mercado interno e exportação) das unidades produtoras totalizam 7,03 bilhões de litros de etanol, o que representa uma queda de 1,86% em relação ao mesmo período da safra anterior. Desse volume, as vendas de etanol hidratado totalizaram 4,30 bilhões de litros (-8,03%); já as de anidro, 2,73 bilhões de litros (+9,70%).

Mercado de CBios

Dados da B3 mostram que, em junho, 2,96 milhões de CBios foram emitidos. Até o dia 8 de julho, a parte obrigada do programa RenovaBio já havia adquirido cerca de 24,13 milhões de créditos de descarbonização[1].  Esse volume representa 66% da meta de aquisição total para o ano corrente.

O diretor da Unica explica que “o volume a ser comercializado de etanol nos próximos seis meses deve promover uma emissão adicional superior a 15,50 milhões de créditos. Nessa condição, uma disponibilidade de 7 milhões de CBios além da meta para o ano de 2022 deve ser observada em dezembro. Portanto, não há indícios de falta de créditos para o ano corrente que impossibilitem o cumprimento das metas de descarbonização”. Rodrigues acrescenta que “é preciso enfatizar que esse estoque não necessariamente estará, no final do período, em posse do emissor primário.

Como foi observado no ano de 2021, a parte obrigada carregou mais de 5 milhões de títulos para o ano subsequente. É possível que neste ano o mesmo movimento ocorra, com distribuidoras possuindo grande parte dos créditos não aposentados”.

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