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Os agricultores do município de Almenara, no Vale do Jequitinhonha, se preparam para um programa de organização do mercado com o objetivo de expandir as vendas de mandioca e até exportar o produto. O município teve uma safra da ordem de 10,5 mil toneladas em 2008. Essa produção foi obtida em sua quase totalidade por agricultores familiares, que vão ser beneficiados pelo programa criado com a participação da Emater-MG, vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura.
Segundo o coordenador regional da Emater-MG em Almenara, Osvaldo Resende Monteiro, o programa será iniciado na segunda quinzena de fevereiro. O objetivo é melhorar o aproveitamento do potencial da cadeia produtiva de mandioca nas propriedades do município. Além da Emater-MG, vão participar dos trabalhos o Sebrae, Embrapa, prefeituras, bancos e sindicatos de produtores, entre outras instituições. “Vamos procurar, em primeiro lugar, organizar os agricultores para programarem a produção de acordo com a demanda, pois os grandes excedentes causam desequilíbrio no mercado”, explica o coordenador.
“O grupo vai buscar também condições para os produtores atenderem a mercados além da região, e para isso é preciso dar o salto do cultivo artesanal da mandioca para a introdução de máquinas nas lavouras“, enfatiza. O sistema de produção utilizado atualmente só possibilita a oferta do produto integral, sem a separação de derivados de grande valor como a fécula. “Até agora os agricultores perderam a oportunidade de aumentar a receita porque não têm condições de explorar o segmento dessa matéria-prima”, assinala.
De acordo com Resende, a iniciativa tem condições de ser bem-sucedida porque a região tem vocação para o cultivo de mandioca. O principal fator favorável, ele acrescenta, é a resistência da planta às condições climáticas. “A mandioca é um item muito importante na alimentação das pessoas em Almenara e região, e por isso o mercado da farinha é firme, sempre com boa cotação”, finaliza.
Mercado externo
“As exportações de mandioca por Minas Gerais possibilitam por enquanto uma pequena receita, mas o crescimento percentual é considerado significativo”, explica o superintendente de Política e Economia Agrícola da Secretaria da Agricultura, João Ricardo Albanez. Ele observa que, de acordo com o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a comercialização da raiz produzida nas lavouras mineiras movimentou US$ 18,2 mil no ano passado, na comparação com as cifra de US$ 9,1 mil do ano anterior.
O superintendente destaca que o aumento foi possibilitado principalmente pelas boas cotações do produto. “O preço médio da mandioca no mercado internacional, em 2008, teve aumento de 33%, alcançando US$ 1,07 o quilo. Em 2007, o quilo foi vendido, em média, por US$ 0,80. A mandioca comercializada na forma de fécula (ou polvilho) possibilitou receita de quase US$ 12,7 mil, e na forma de farinhas, sêmolas e pó, rendeu mais de US$ 5 mil.”
Segundo Albanez, os dados do MDIC também mostram aumento de 49% no volume das exportações de mandioca por Minas. “Em 2008 foram vendidas 17 toneladas de mandioca, na comparação com as 11,4 toneladas do período anterior”, destaca.
Alta produtividade
Dados da Superintendência de Política e Economia Agrícola mostram que a produção de mandioca, em Minas, manteve-se quase inalterada em 2008, alcançando cerca de 900 mil toneladas. A produtividade média da mandioca no Estado, em 2008, foi de 15,3 toneladas na comparação com as 14,1 toneladas registradas no Brasil.
O superintendente observa que esses números, com poucas variações, constam dos levantamentos dos últimos quatro anos. O Norte de Minas responde pelo maior volume da produção estadual, com 246,4 mil toneladas por ano. Em segundo lugar estão os cultivos do Jequinhonha/Mucuri, com 163,2 mil toneladas, vindo em seguida o Sul de Minas, com 115,2 mil toneladas, e depois o Noroeste, com 83,8 mil toneladas.
Januária, município da região Norte, lidera a produção com a colheita de 50 mil toneladas e rendimento médio de 20 toneladas por hectare em 2008. João Pinheiro, no Noroeste do Estado, teve safra de 43,2 mil toneladas. Rio Pardo de Minas, no Norte, Turvolândia, no Sul, e Patos de Minas, no Alto Paranaíba completam o grupo dos maiores produtores de mandioca do Estado. Na safra de 2008 esses municípios, juntos, colocaram no mercado156 mil toneladas de mandioca.
O governo de Minas Gerais estimula a produção de farinha de mandioca por meio da Lei 16.741, de 2007, com apoio da pesquisa, incentivo à comercialização e ao consumo do produto. As ações são realizadas por meio de parcerias com instituições de crédito, pesquisa e ensino, sindicados e associações, além de diversos órgãos ambientais.
Ivani Cunha
Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(31) 3215-6568 /
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