Técnicos mapeiam ocorrência de ácaro vermelho em Roraima
A provável liberação de R$1,6 bilhão pelo Ministério da Agricultura para garantir o programa de sustentação de preços ainda não foi suficiente para tranqüilizar o produtor de milho do Oeste da Bahia.
Representados pela Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), os produtores querem a certeza do Governo de que parte desses recursos será destinada ao estado. Neste sentido, juntamente com lideranças locais, estão se movimentando para pressionar politicamente o MAPA para incluir a região Oeste da Bahia nos próximos leilões de subvenção econômica. Procurados pela Aiba, a Secretaria da Agricultura do Estado e a superintendência da Conab na Bahia mostraram-se sensíveis ao problema e prometem reforçar o pleito dos produtores junto ao Governo Federal.
Com 180 mil hectares cultivados na safra 2008/09, a região carrega ainda hoje um estoque de 1,2 milhão de toneladas de milho, acondicionado, principalmente, em silos de lona que formam longos cordões na lateral das lavouras, em armazéns, e parte da produção é guardada na própria lavoura, aguardando a colheita. O número de armazéns é deficitário.
De acordo com o vice-presidente da Aiba, Sérgio Pitt, o produtor está na fase final de planejamento da próxima safra e as decisões têm de ser tomadas agora. “Sem a intervenção do Governo para a garantia de preço mínimo, não compensa plantar milho na Bahia. Já temos um déficit e aumentá-lo ainda mais seria destrutivo para a economia do Oeste da Bahia, que é uma grande âncora do estado”, completa.
Segundo dados levantados pela Aiba, o preço de mercado da região hoje é de R$15 a saca de 60 quilos. A pauta fiscal que era, até segunda-feira passada (05), de R$20, foi reduzida através da Instrução Normativa n° 39/2009, para R$17, mantendo-se ainda bem acima do preço de mercado. A Bahia ficou de fora dos últimos leilões da CONAB de PEP e PEPRO, que contemplaram somente o Centro-Oeste do país. “Isso contribuiu ainda mais para derrubar os preços. O mercado consumidor do Nordeste está buscando milho em Goiás e Mato Grosso, fazendo o transporte pelas rodovias baianas, cruzando por lavouras estocadas do produto”, conclui.
A cultura do milho é de grande importância para a sustentabilidade agrícola do país, tanto como insumo para a alimentação humana e para a produção de proteínas animais, como também para a técnica de rotação de culturas, em dobradinha com a soja. Em todo o país, aproximadamente 23% da área plantada a cada safra é explorada com o plantio de milho. Já para o Oeste da Bahia, este parâmetro não ultrapassa 12%. Este desequilíbrio, dizem os representantes dos produtores, é conseqüência do fraco mercado.
Catarina Guedes
Assessora de Comunicação
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