Método de cultivo intercalar possibilita redução de riscos durante a safrinha

Sistema Antecipe possibilita a redução dos riscos causados pelas incertezas do clima durante a segunda safra

05.04.2021 | 20:59 (UTC -3)
Embrapa

Um sistema inédito de produção de grãos, desenvolvido pela Embrapa Milho e Sorgo (MG), promete incrementar ainda mais a produção da soja e do milho safrinha. Trata-se do Antecipe, um método de cultivo intercalar que possibilita a redução dos riscos causados pelas incertezas do clima durante a segunda safra. Resultado de 13 anos de pesquisas, a tecnologia é composta por três pilares: um sistema inédito de produção de grãos, uma semeadora-adubadora exclusiva e um aplicativo para auxiliar o produtor a tomar as melhores decisões.

A tecnologia foi validada nas regiões que adotam a safrinha: Minas Gerais, Paraná, Goiás e Mato Grosso. O pesquisador Décio Karam, líder do projeto, explica que “o Antecipe foi desenvolvido e aprimorado por pesquisas e os resultados têm sido promissores, tanto nas operações de plantio intercalar do milho, como na colheita da soja e no desenvolvimento do milho após a colheita dessa leguminosa”.

O chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo, Frederico Durães, considera que o Antecipe é uma estratégia relevante para a produção eficiente de grãos no binômio soja-milho. “É uma concepção inteligente, pautada no conhecimento, capacidade inventiva e de associações interativas, resultante da aptidão intelectual da Embrapa e das conexões e parcerias para sua implementação expansiva, em progresso”.

O Sistema Antecipe baseia-se na propriedade de agregar alianças estratégicas e acordos funcionais com empreendedorismo e muito trabalho produtivo. Reconhecemos e agradecemos a todos os agentes e parceiros internos e externos à Embrapa por esta agenda de destaque e relevância. Doravante, o Sistema Antecipe é do Agro e do Brasil e cabe muita adesão, cooperação e progresso”, ressalta Durães.

Histórico e parcerias

A pesquisa de cultivo intercalar do milho nas entrelinhas da soja começou em 2007, na cidade de Sete Lagoas, Minas Gerais, numa parceria da Embrapa com a Basf. Naquela época, o plantio do experimento era feito manualmente, mas os resultados iniciais já demonstravam o potencial dessa tecnologia.

Em 2010 começou, então, o desenvolvimento do primeiro protótipo da semeadora-adubadora, patenteado pela Embrapa.

Em 2019, surgiu o interesse da empresa Jumil em firmar parceria com a Embrapa Milho e Sorgo visando aprimorar o protótipo da semeadora-adubadora para a obtenção de um modelo de máquina em escala industrial, com potencial valor de mercado para viabilização do Sistema Antecipe no território nacional. Foi então assinado um contrato de parceria público-privada de PD&I em 2020.  

O caráter colaborativo e transdisciplinar marca o desenvolvimento do Antecipe. Por se tratar de uma inovação ampla e de grande impacto para a agricultura brasileira, os ativos tecnológicos envolvidos contam com contribuição de diversos especialistas, não só da Embrapa Milho e Sorgo, mas também de outras unidades de pesquisa, como da Embrapa Informática Agropecuária (SP), no desenvolvimento do aplicativo, e da Embrapa Soja (PR), parceira desde o início, nos trabalhos para geração de conhecimento e nos testes de validação do sistema. Para Durães, o Antecipe é um exemplo de como a Embrapa tem ampliado a sua capacidade de estabelecer alianças estratégicas em relevantes temas para o Brasil.

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