Mesmo com crise, MS deve ter safra de cana positiva

10.11.2011 | 21:59 (UTC -3)
Marcele Aroca

Na contramão do restante do País quanto a produção de cana-de-açúcar, Mato Grosso do Sul ainda não apresenta baixas em sua produção nesta safra. A expectativa é de que a produção seja 2,92% superior ao ano anterior. Os dados foram apresentados pelo presidente da Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul – Biosul, Roberto Hollanda, durante o Canasul 2011.

“Intempéries climáticas somada a crise financeira mundial foram as principais responsáveis por esse decréscimo. Mesmo assim, MS conseguiu crescer. Não era o número esperado, mas o resultado ainda é positivo”, comentou o presidente.

MS já está com 85% de sua safra moída. Num comparativo com a safra 2010/2011, a produção de cana deve aumentar 2,92%, saindo de 33,520 mi toneladas para 34,500 mi na safra 2011/2012. A produção de açúcar também deve crescer 23,64%, saindo de 1,328 mi t para 1,642 mi t, enquanto o etanol anidro teve um crescimento de produção de 35,18%.

Para Hollanda, o ambiente institucional, as ofertas de terra, o conceito de cluster e os futuros investimentos em logística são essenciais para o crescimento do setor em Mato Grosso do Sul. O palestrante também apontou que o investimento na produção de açúcar deve ser de 2,2% a.a. e que o mercado para o etanol deve continuar crescendo, junto com o aumento o do consumidor externo. “Além disso, existe uma preocupação com produtos sustentáveis, a bioeletricidade é mais um fator positivo para essa questão”, apontou.

Hollanda comentou ainda que as expectativas para a safra eram 20 pontos acima no começo desse ano para o setor. “A expectativa de produção da cana em abril desse ano era de um aumento 21,70% em relação a safra anterior, já do açúcar de 38,30%, com a produção de etanol total de 17,60%. Mas em nossa última avaliação esses números ficaram, respectivamente, com um crescimento de 2,92%, 23,64% e -7,41%”, analisou.

Os desafios para retomar o crescimento não só em MS, como no resto do País passam, segundo o presidente da Biosul, por uma definição do papel da cana na matriz energética nacional. “É preciso incentivar a produção de bioeletricidade de biomassa”, analisou. Renovar os canaviais, aprimorar o planejamento do mercado do etanos e a supressão das barreiras comerciais também são algumas das ideias para que o Brasil retome o crescimento. “E, esse crescimento, deve vir de maneira sustentável”, finalizou.

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