Mercado da soja operando em campos positivos

Clima na Argentina e flexibilização das medidas de contenção da Covid-19 na China impactam o preço da commodity

09.12.2022 | 17:06 (UTC -3)
Dalila Bié, Analista Tarken

No dia da divulgação do relatório mensal de oferta de demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) as cotações da soja na Bolsa de Chicago iniciam o dia dessa sexta-feira (09) subindo de 4 a 5,25 pontos, já operando na casa dos US$ 15,00 por bushel. Ao longo da semana acompanhamos o mercado da soja operando em campos positivos com as cotações subindo e atingindo hoje o patamar dos US$ 15,00 na CBOT. Entre os derivados, óleos e farelo as altas também seguem.

Nos últimos sete dias, segundo a apuração da Agrinvest Commodities, nos anúncios de vendas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) tiveram grandes negociações de soja, e grande parte delas teve a China como principal destino.

O USDA informou uma venda de soja para a China de 130 mil toneladas na segunda (05). Já na terça (06), houve mais uma venda de 504 mil, desse total, 264 mil foram para a China e 240 mil para destinos não revelados. Durante a quinta-feira (8) teve novas negociações do USDA para China e demais destinos de 836 mil toneladas. Foram 118 mil toneladas para a nação asiática e 718 mil para destinos não revelados, o que o mercado especula também ser a China. O volume é todo da safra 2022/23.

Efeitos sobre os preços

Todas essas vendas para os EUA afloraram ainda mais o mercado. Diante disso, os números de exportação da soja indicaram altas além das expectativas. Além da boa demanda para exportação nos EUA, a semana de altas no mercado da Soja e derivados em Chicago se deu também por conta do clima muito adverso na Argentina, até porque o país é o maior exportador global não só de farelo, mas também de óleo de soja.

O mercado segue focado na situação climática da Argentina, que apresenta sinais preocupantes devido à seca, de acordo com estudos, prevê-se que nos próximos 10 dias o país deverá ser o lugar mais quente do mundo, apresentando temperaturas acima dos 45ºC, e as perdas na soja serão inevitáveis. Afinal, o plantio, que já é o pior nos últimos 20 anos, está parado em muitas áreas e a melhor janela está se perdendo.

Ademais, permanecem as atenções também voltadas a China e o relaxamento das medidas de contenção da Covid-19. Além também de ser necessário continuar observando a comercialização da soja na Argentina, com uma nova rodada do câmbio específico para a oleaginosa valendo desde 28 de novembro e com vigência até o dia 31 de dezembro.

No Brasil, as condições climáticas se apresentam melhores, com a incidência de chuvas em quase todo o território, mesmo que apresentando menores volumes no sul. As precipitações estão apresentadas de forma irregular, trazendo também essa irregularidade para a safra, mas sem maiores preocupações.

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