Mercado Agrícola - 24.out.2025

Alta do petróleo impulsiona commodities e movimenta mercados agrícolas

24.10.2025 | 12:57 (UTC -3)
Vlamir Brandalizze - @brandalizzeconsulting

O salto de quase 5% no preço do petróleo, após novas sanções dos Estados Unidos contra a Rússia, repercutiu em alta nas principais commodities agrícolas. Soja, milho e trigo reagiram positivamente em Chicago. No Brasil, a movimentação de safra segue em ritmo acelerado, apesar dos desafios em comercialização e clima.

Nos Estados Unidos, a colheita de soja alcançou 82%, contra 67% na semana anterior. A média para o período é 80%. O contrato julho/26 se aproxima dos US$ 11 por bushel. No Brasil, foram negociadas 130 milhões de toneladas da safra atual, o equivalente a 75,8% da produção estimada em 171,5 milhões de toneladas. Apesar do recorde em volume absoluto, o percentual está abaixo da média histórica de 82%.

Para a safra 2025/26, apenas 23,2% da soja foi comercializada. A média é de 30,5%. O plantio atinge 35%, com Paraná na frente (65%), seguido por Mato Grosso do Sul (55%) e Goiás (23%).

A exportação de soja segue forte. Mais de 4,2 milhões de toneladas foram embarcadas em outubro. No acumulado do ano, o volume supera 98 milhões de toneladas, com a China absorvendo quase 80% do total.

Situação do milho

O milho também foi beneficiado pela alta do petróleo. O contrato dezembro se manteve acima de US$ 4,20 em Chicago. A colheita americana chega a 75%, acima da média histórica de 70%. No Brasil, 65 milhões de toneladas da safrinha foram negociadas, um recorde. A colheita da safrinha foi de 113,3 milhões de toneladas.

Ainda restam cerca de 56 milhões de toneladas de milho para serem comercializadas, somando safrinha e safra de verão. O volume supera toda a produção argentina, estimada em 52 milhões de toneladas. O plantio da safra de verão está em 85%, com Paraná (98%) e Rio Grande do Sul (acima de 90%) liderando.

A exportação de milho já embarcou 4 milhões de toneladas em outubro, contra 6,4 milhões no mesmo mês do ano passado. No acumulado, o total chega a 27,5 milhões de toneladas.

Situação do trigo

No mercado do trigo, o impulso internacional não foi suficiente para conter a pressão no Brasil. A colheita avança no Paraná (85%) e começa no Rio Grande do Sul. A safra deve atingir 7,5 milhões de toneladas, para um consumo de 12 milhões. O preço segue baixo, entre R$ 1.100 e R$ 1.200 a tonelada. A importação pressiona: 5,5 milhões de toneladas já foram internalizadas no ano, novo recorde.

Situação do arroz

O arroz teve anúncio de liberação de R$ 300 milhões em apoio via AGF, PEP e PEPRO. A expectativa é auxiliar 600 mil toneladas. No entanto, o volume de arroz ainda disponível ultrapassa 6 milhões de toneladas. O plantio alcança 55% no Brasil. A área pode recuar até 15%, segundo produtores.

Situação do feijão

No mercado do feijão, a demanda ainda é lenta, mas os preços do feijão carioca começaram a reagir. O feijão nobre já supera os R$ 260 a saca. O feijão preto também tenta recuperação, com preços entre R$ 135 e R$ 160, após queda abaixo de R$ 130.

Situação do sorgo

O sorgo ganha espaço com a demora das chuvas que afetam o plantio da soja. A demanda por sementes cresce, impulsionada pela expectativa de expansão na produção e uso para etanol e ração. A colheita da última safra foi de 6,1 milhões de toneladas. A previsão para a próxima é de mais de 7 milhões.

Por Vlamir Brandalizze - @brandalizzeconsulting

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