Mercado Agrícola - 12.set.2025

Nos Estados Unidos, lavouras de soja e milho evoluem dentro da normalidade

12.09.2025 | 14:10 (UTC -3)
Vlamir Brandalizze - @brandalizzeconsulting

A safra americana de soja entra na fase de colheita com 29% das lavouras em maturação, número próximo da média histórica. Cerca de 64% das áreas apresentam condição boa ou excelente. No ano passado, esse índice era de 65%. O mercado estima produção entre 115 e 117 milhões de toneladas. O USDA havia projetado 116,8 milhões em agosto. Com 1,5 milhão de hectares a menos plantados, a produção tende a ficar abaixo de 116 milhões. Em 2024, os Estados Unidos colheram 118,8 milhões de toneladas.

A soja brasileira tem 72,9% da safra 2024 comercializada, abaixo da média de 78%. Isso equivale a 124 milhões de toneladas negociadas. Cerca de 46 milhões seguem nas mãos dos produtores. A comercialização da nova safra segue atrasada, com apenas 19% vendidos, ante média de 27%. No Mato Grosso, o índice chega a 24%, frente aos 37% da média histórica. Esse atraso pode causar congestionamento de oferta entre fevereiro e abril de 2026.

Em setembro, as exportações de soja devem fechar em torno de 5 milhões de toneladas, abaixo das 6 milhões de 2024. O acumulado do ano, porém, é recorde: 88 milhões de toneladas embarcadas. A China comprou 78% do total exportado. Os prêmios da soja subiram para 180–190 pontos acima de Chicago, depois de recuo para 165–170 na semana anterior. A reação se reflete no mercado físico, mesmo com o dólar mais fraco.

No Brasil, o plantio de soja já começou no noroeste do Mato Grosso e nas regiões de algodão. Deve avançar no Centro-Oeste, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Goiás ainda aguarda melhores condições. A área plantada pode bater novo recorde.

Situação do milho

O milho também avança. Nos EUA, 99% das lavouras estão com espigas formadas. Cerca de 80% em enchimento de grãos. A colheita já atinge 7% da área, superando a média de 6%. No Brasil, 99% da colheita foi concluída, totalizando 110 milhões de toneladas. Apenas 60 milhões foram comercializadas. Outras 50 milhões ainda estão com os produtores. E, da safra de verão, ainda há cerca de 10 milhões de toneladas livres.

Situação do algodão

Nos Estados Unidos, a colheita do algodão atinge 12%, acima da média histórica de 9%. Cerca de 54% das lavouras estão em condição boa ou excelente. No ano passado, eram apenas 40%. No Brasil, a colheita está praticamente concluída, com boa qualidade. O produtor aposta em valorização e aumento nas exportações, especialmente para a Índia.

Situação do trigo

O trigo americano encerra a colheita da safra de primavera. No Brasil, as lavouras do Rio Grande do Sul evoluem bem, com chuvas regulares. No Paraná, a colheita avança lentamente, sem registro de geadas. O país importou entre 140 e 145 mil toneladas em setembro.

Situação do arroz

O mercado do arroz enfrenta cotações em baixa. Pacotes de 5 kg chegam a R$ 11,98. Produtores e indústrias enfrentam margens negativas. A exportação gira apenas contratos antigos. O dólar em R$ 4,00 dificulta novos negócios.

Situação do feijão

O feijão caminha para o fim da terceira safra. Com o mercado desaquecido, produtores armazenam o grão em câmaras frias, esperando recuperação. O feijão carioca nobre registra alta de 2% a 3%, com saca entre R$ 240 e R$ 250. O feijão preto segue estável, com preços entre R$ 115 e R$ 130. A primeira safra deve ser pequena, reflexo do desestímulo dos produtores.

Por Vlamir Brandalizze - @brandalizzeconsulting

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