Material genético brasileiro segue para depósito no Banco de Sementes da Noruega

São ao todo 3.037 acessos de arroz, 87 de milho, 119 de cebola, 132 de pimentas e 68 de cucurbitáceas, que agora farão parte do maior banco genético do mundo

13.01.2020 | 20:59 (UTC -3)
Katia Marsicano e Robinson Cipriano ​

O presidente da Embrapa, Celso Moretti, acompanhou no dia 10 de janeiro  a preparação da nova remessa de sementes que serão enviadas para o Banco Mundial de Sementes de Svalbard, na oruega. São ao todo 3.037 acessos de arroz, 87 de milho, 119 de cebola, 132 de pimentas e 68 de cucurbitáceas conservados pela Embrapa, que agora farão parte do maior banco genético do mundo.

“O envio desse material representa a contribuição que o Brasil está dando para a  humanidade”, disse o presidente. “A Embrapa, graças aos bancos ativos de 31 unidades descentralizadas, e ao acervo preservado aqui em Brasilia, no Banco Genético da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, está ajudando a proteger a biodiversidade”, destacou.

Segundo ele, o Banco Genético, de onde foram retiradas as sementes,  é o “o verdadeiro banco central do Brasil”, onde a agricultura pode vir buscar a variabilidade genética para enfrentar pragas e doenças, daí a importância estratégica e de segurança nacional serem muito grandes. “Para isso, contamos com 8.500 colaboradores da embrapa e 2.300 pesquisadores que diuturnamente trabalham para contribuir com a alimentação mais saudável com a redução do preço da cesta básica do brasileiro”, completou. O envio das sementes, na opinião do presidente, dá visibilidade ao Brasil no cenário internacional, e é um esforço adicional de conservação.

Estiveram presentes à preparação do material a chefe da Unidade, Cléria Valadares, e a pesquisadora Rosa Lia Barbieri, que durante os próximos dois anos vai assumir a representação como a primeira mulher brasileira a vai ocupar uma cadeira no Painel Consultivo Internacional (IAP, sigla em Inglês), na gestão do Banco Global de Sementes de Svalbard. Neste período, a Embrapa será a única instituição de pesquisa da América Latina presente no Painel.

Banco norueguês

Criado para funcionar como uma cópia de segurança para conservação a longo prazo das sementes de bancos de germoplasma de todo o planeta, o Banco Mundial de Sementes  está situado no interior de uma montanha e foi planejado para resistir a catástrofes climáticas e explosões nucleares.

As sementes  enviadas pela Embrapa seguem acondicionadas em embalagens aluminizadas hermeticamente fechadas, identificadas com código de barras, e organizadas em caixas plásticas. As caixas serão enviadas pelos Correios até Oslo, na Noruega. De Oslo, seguirão até o arquipélago de Svalbard, no Círculo Polar Ártico. A cerimônia de depósito das sementes terá a presença da Primeira Ministra da Noruega, Erna Solberg, delegados  de vários países e representantes de bancos de germoplasma, e da supervisora de Curadorias de Germoplasma Vegetal da Embrapa, Rosa Lía Barbieri.

O material enviado foi recolhido em bancos de germoplasma mantidos pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília-DF),  Embrapa Arroz e Feijão (Santo Antônio de Goiás-GO), Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG), Embrapa Clima Temperado (Pelotas-RS) e Embrapa Hortaliças (Brasília-DF). Em 2014 foram enviados pela Embrapa 514 acessos de feijão e em 2012, 264 de milho e 541 de arroz. A iniciativa é decorrente do acordo assinado entre a Embrapa e o Real Ministério de Agricultura e Alimentação da Noruega, em 2008.

 


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