Mapa esclarece dúvidas sobre gripe suína

29.04.2009 | 20:59 (UTC -3)

O consumo de carne suína é seguro e os criadores não devem se preocupar com o contágio de animais pelo vírus A/H1N1, que vem provocando gripe em humanos desde março de 2009. A Secretaria de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SDA/Mapa) esclarece, a seguir, os principais questionamentos sobre a influência da doença no setor agropecuário.

Por que a doença é denominada gripe suína?

SDA - Apesar de possuir também componentes genéticos de origem humana e aviária além dos de origem suína, o vírus isolado a partir dos casos recentes de influenza(1) ocorridos primariamente no México e Estados Unidos da América (EUA), foi geneticamente identificado como vírus da influenza suína tipo A/H1N1. Desde então, a Organização Mundial de Saúde (OMS) tem denominado a doença como “gripe suína em humanos”.

A denominação utilizada pela OMS vem sendo alvo de várias contestações. Em 27 e 28 de abril deste ano, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) questionou a denominação conferida à enfermidade, mediante notas de imprensa, argumentando que, até o momento, não há qualquer vínculo epidemiológico entre animais e os recentes casos de influenza em humanos que a pudessem justificar.

A OIE considerou, ainda, que não foram identificados suínos ou outros animais infectados por esse vírus, até a presente data, e propõe que a doença seja denominada “influenza norte-americana”, semelhante ao ocorrido em epidemias de influenza humana - comprovadamente originadas de animais - denominadas, no entanto, por sua origem geográfica, como no caso da “influenza espanhola” e da “influenza ou gripe asiática”.

É seguro o consumo de carne e outros produtos de origem suína?

SDA - Sim, a carne suína é um alimento seguro para o consumo e a OIE afirma que a população não está sob risco de infecção ao incluir produtos de origem suína em seu cardápio. Prova disso é o fato de não haver, até o momento, nenhum registro de casos da doença ou de infecção pelo vírus em suínos. Também não há evidências da transmissão da doença aos seres humanos por contato com os animais ou pelo consumo de produtos de origem animal.

Que medidas o Ministério da Agricultura vem adotando diante desta situação?

SDA - Até o momento, a doença não foi registrada em suínos, mesmo nos países onde ocorreram casos da gripe em humanos. Assim, não se justifica a aplicação de medidas restritivas ao trânsito de animais ou de produtos de origem animal. O Ministério da Agricultura mantém as normas que regulamentam o trânsito nacional e internacional de animais, seus produtos e subprodutos, dentro das recomendações da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), por isso não aplicou novas restrições ao ingresso de animais ou à circulação de produtos de origem animal.

Os produtores rurais devem tomar algum cuidado especial com o rebanho?

SDA - Não há, no momento, razão para preocupação por parte dos produtores rurais porque a doença não foi registrada no Brasil e, mesmo nos países em que ocorreu, ela não foi identificada em outras espécies. Além disso, o vírus não foi isolado até o momento e ainda não foi estabelecida a sua capacidade de infectar suínos.

Quais os procedimentos adotados pelo Ministério da Agricultura para a fiscalização em portos, aeroportos e postos de fronteira?

SDA - O Ministério da Agricultura manterá as ações rotineiras de fiscalização em portos, aeroportos e postos de fronteira. Cabe ressaltar que boa parte das medidas de fiscalização e vigilância já vem sendo empregadas nos locais de ingresso de animais e produtos de origem animal, motivadas, nos últimos anos, pela prevenção a casos de influenza aviária registrados em alguns países com os quais o Brasil mantém intercâmbio comercial. Porém o ministério está alerta para a eventual adoção de medidas adicionais de fiscalização, caso sejam configuradas quaisquer alterações na situação sanitária animal.

Histórico - Em 24 de abril de 2009, a Organização Mundial de Saúde (OMS) notificou aos seus países membros a ocorrência de “recentes casos humanos de influenza no México e nos Estados Unidos da América (EUA), identificados a partir de 18 de março.”

Em 25 de abril, seguindo o Regulamento Sanitário Internacional (RSI 2005), a OMS declarou o evento como Emergência de Saúde Pública, de Importância Internacional (ESPII). Imediatamente, foi instituído no Brasil o Gabinete Permanente de Emergência em Saúde Pública (GPESP), constituído por representantes do Ministério da Saúde (MS), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR), com o objetivo de monitorar a situação e indicar as medidas em caráter nacional.

(1) influenza é o termo para a gripe, empregado na medicina.

Fonte: Mapa -

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