Mapa comemora Dia Nacional da Conservação do Solo

14.04.2009 | 20:59 (UTC -3)

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Epagri, de Santa Catarina, realizam eventos alusivos às comemorações do Dia Nacional da Conservação do Solo.

"A agricultura brasileira dispõe de tecnologias que levam à preservação. Hoje, temos cerca de 60 milhões de hectares distribuídos em todas as regiões do País e que poderão ser reintroduzidos ao processo produtivo, por meio da adoção de boas práticas." A declaração é do secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Márcio Portocarrero, que participou, nesta terça-feira (14/04), em Brasília, da abertura do Seminário sobre o Dia Nacional da Conservação do Solo, comemorado em 15 de abril.

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, enfatizou que não é necessário derrubar mais nenhuma árvore no bioma amazônico, já que as áreas degradadas a serem recuperadas são suficientes para a agricultura. Em relação à conservação do solo, o ministro ressaltou que o produtor rural da pequena e média propriedade, que predomina no Centro-Sul, já tem plena consciência da importância dessa ação.

O diretor da Associação de Plantio Direto no Cerrado, John Landers, fez a palestra Equacionando a Conservação da Biodiversidade com Pagamento por Serviços Ambientais. Para ele, as principais alternativas para evitar o desmatamento são o incremento em produtividade, a Integração Lavoura-Pecuária- Silvicultura (ILPS), o reflorestamento e o plantio direto. "Para ampliarmos a ILPS, devemos estabelecer prioridades nas ações de política agrícola, por meio do crédito e do seguro rural, bem como apoiar a expansão de pesquisa e assistência técnica", afirmou.

De acordo com o secretário adjunto de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Paulo Afonso Romano, a conservação do solo é importante para evitar erosões, que prejudicam a fertilidade do solo, a biodiversidade, a qualidade, quantidade e regularidade de água, bem como a geração de energia elétrica.

Epagri

A Epagri comemora atuando de diversas maneiras na preservação e conservação do solo, no controle da erosão, sanidade e educação ambiental, entre muitas outras ações.

“A terra é o maior patrimônio do agricultor e de sua família”, resume o presidente da Epagri, Luiz Hessmann, repetindo a frase do engenheiro agrônomo Glauco Olinger, complementando que da terra tira-se o sustento e, portanto, é preciso preservá-la.

O Estado de Santa Catarina é considerado uma referência mundial em sistemas conservacionistas de manejo do solo, um feito que merece destaque nesta semana por ocasião da passagem do Dia Nacional da Conservação do Solo, na quarta-feira, 15 de abril. Um dos destaques é o Sistema de Plantio Direto de Hortaliças, no qual a Epagri é pioneira e referência internacional, pois o modelo alia viabilidade econômica a sustentabilidade ambiental ao valorizar os recursos solo, água e energia.

Esta atividade é coordenada pelo engenheiro agrônomo e mestre em Fitotecnia da Gerência da Epagri de Florianópolis, Jamil Abdala Fayad . O plantio direto de hortaliças começou com o cultivo de tomate em Caçador, em 1998, e hoje já é adotado em outros municípios catarinenses, como Águas Mornas e Angelina, que aderiram no ano passado. O sistema de produção consiste em evitar o revolvimento mecânico do solo, manter os resíduos de vegetais sobre a superfície, fazer a rotação de culturas e reduzir – até eliminar – o uso de agrotóxicos. O resultado é um solo mais fértil, com maior porosidade, maior diversidade biológica, menor erosão e otimização do uso de água, já que o solo conserva a sua umidade ao não ser exposto direto ao sol, devido a palhada sobre ele.

Fayad ainda ressalta a diminuição do custo de produção, visto que o modelo busca aproveitar ao máximo os recursos naturais em detrimento à adubação. Um bom exemplo está em Águas Mornas, onde um produtor rural colheu 430 caixas de tomates a cada mil pés – considerada uma produção alta – ao custo de R$ 3,00 a caixa, enquanto no sistema convencional gastou-se R$ 15,00. Sem contar que o alimento é mais saudável ao ser produzido sem agrotóxicos.

Outra característica do sistema é o manejo de plantas espontâneas, que são usadas para cobertura do solo. Elas não são eliminadas com herbicidas, mas sim controladas com o rolo-faca. O mesmo ocorre com as outras culturas que são produzidas no intervalo de uma safra e outra de tomate, como ervilhaca, nabo forrageiro e girassol, cuja palhada é importante para o solo.

Nesta primeira experiência na região da Grande Florianópolis, o modelo agrícola teve adesão de 10 produtores, mas para este ano estão previstas 40 lavouras em Sistema Plantio Direto de Hortaliças.

Fontes: Mapa -

e Epagri -

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