Manejo integrado é alternativa para controle do mofo-branco em soja

A doença é causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum

27.06.2019 | 20:59 (UTC -3)
Lebna Landgraf ​

Os resultados dos ensaios cooperativos realizados na safra 2018/19 para o controle químico e biológico do mofo-branco, uma das doenças que afetam a cultura da soja, estão sendo apresentados durante a Reunião de Pesquisa de Soja, realizada pela Embrapa Soja nos dias 26 e 27 de junho, em Londrina (PR). A doença é causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum que promove mofo-branco na haste da soja, o que atrapalha o desenvolvimento da planta e reduz produtividade.

 Os ensaios foram realizados em diferentes regiões produtoras (Paraná, Minas Gerais, Bahia, Goiás, Mato Grosso) por instituições de pesquisa públicas e privadas que compõem a Rede de Avaliação de Fungicidas para Controle de Doenças na Cultura da Soja. O pesquisador Maurício Meyer, da Embrapa Soja, ressalta que a redução da produção de escleródios do fungo causador da doença, proporcionada pela maioria dos fungicidas avaliados, reforça a importância da adoção do controle químico como uma das principais ferramentas no manejo do mofo-branco em soja. “Porém, temos que considerar que mesmo com a maior eficiência de controle químico, ainda ocorre produção de inóculo. Por isso, outras medidas de manejo devem ser adotadas para inviabilizar a manutenção do fungo durante a entressafra”, explica.

Meyer reforça a integração de diferentes medidas de manejo - o controle químico, o biológico e o manejo cultural - para garantir melhor controle do mofo-branco. Segundo ele, o manejo cultural pressupõe que se faça boa cobertura do solo com gramíneas pela produção de palhada na entressafra. “A palhada funciona como filtro, evitando que os esporos responsáveis por iniciar a infecção atinjam as plantas de soja”, destaca.
 
Por outro lado, a palhada também favorece o controle biológico de S. sclerotiorum, que ocorre principalmente pela ação de microrganismos que parasitam e degradam as estruturas de sobrevivência do fungo no solo, reduzindo a doença nas áreas infestadas. “Com isso, o produtor condiciona o solo para que os inimigos naturais afetem os escleródios do mofo-branco, promovendo controle da fonte de inóculo”, explica. “Os biofungicidas testados inibiram a capacidade de produção de esporos do fungo, o que pode contribuir para a redução da incidência de mofo-branco”.

A Embrapa estima que aproximadamente 10 milhões de hectares de soja, principalmente no Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás e Bahia – em maior intensidade – e Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul estejam infestados pelo fungo causador do mofo-branco.
 


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