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Segundo o pesquisador colaborador ad hoc do Instituto Phytus e Mestre em Biologia, Paulo Santos, os danos causados por fitonematoides em hortaliças variam de 10 a 15%. No entanto, dependendo da espécie de nematoide e da hortaliça cultivada, esses valores podem chegar a 100%. Dentre os principais grupos de fitonematoides, que atacam as hortaliças, os pertencentes ao gênero Meloidogyne merecem grande destaque, pois podem ocasionar severas perdas a várias culturas como a batata, cenoura, quiabo, pepino, tomate, alface, entre outras.
Esses microrganismos vivem no solo e alimentam-se diretamente das raízes. A penetração nas raízes é realizada com o auxilio de dois mecanismos, explica o pesquisador. Um deles é a ação mecânica exercida pelo estile (estrutura pontiaguda que auxilia na ingestão e absorção de substâncias), e a outra é a liberação de enzimas produzidas em suas glândulas esofagianas, que auxilia na degradação dos tecidos adjacentes da raiz, facilitando sua penetração.
“Os sintomas causados por Meloidogyne spp., são de fácil visualização. Geralmente os sistemas radiculares apresentam deformações, rachaduras, engrossamentos anormais, conhecidos como galhas, as quais são reações da própria planta ao ataque desse microrganismo”, esclarece Santos.
Esse processo culmina em desenvolvimento irregular das raízes, provocando uma redução na eficiência de absorção e translocação de nutrientes pela planta que, em alguns casos, refletem na parte aérea, expressados através do tamanho reduzido de plantas, amarelecimento das folhas, semelhantes à deficiência nutricional, murchas em períodos mais quentes do dia, diminuição no número de folhas e queda na produtividade.
De acordo com o pesquisador, a erradicação dos nematoides das galhas, presente em uma determinada área de cultivo intenso, é praticamente impossível. Sendo assim, o produtor deve planejar o manejo integrado, considerando as medidas preventivas, que consistem em evitar a entrada do nematoide na área de cultivo, além do cuidado na escolha e sequenciamento das culturas, pois o não cuidado pode acarretar em um aumento na população deste nematoide, em função de cultivos de plantas suscetíveis comprometendo a cultura subsequente.
“Cabe ressaltar que, a capacidade de disseminação do nematoide no solo é muito baixa. Além disso, as principais formas de disseminação nas áreas ocorrem por movimentação do solo, ferramentas, mudas contaminadas, água da irrigação, animais, dentre outros”, completa. Esses cuidados são essenciais para um bom programa de manejo, não podendo esquecer-se, da importância de fazer uma análise tanto do solo quanto das raízes para identificação e quantificação da população presente na área. Essas informações são imprescindíveis para o ajuste das medidas de controle.
De maneira geral, entre as principais medidas utilizadas no manejo e controle estão à utilização de cultivares resistentes, rotação de culturas com plantas não hospedeiras, cultivo de plantas antagonistas, controle biológico, adição de matéria orgânica, destruição de restos culturais infectados e a solarização do solo. “Essas medidas de controle sempre que possíveis devem ser utilizadas de forma integrada, somadas ou combinadas”, aconselha Santos.
Foto: Instituto Phytus
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