Manchas e chuva reduzem rendimento do trigo em SC

16.11.2009 | 21:59 (UTC -3)

A colheita do trigo avança nos 115 mil hectares plantados em Santa Catarina, já tendo sido colhida metade da produção. A primeira área colhida está na Região Oeste, onde as perdas decorrentes de manchas no início do ciclo e acamamento de plantas devido a chuvas e ventos fortes podem reduzir a produtividade em até 6%.

Segundo a Embrapa, a produtividade média do trigo catarinense está prevista em 2.300 kg/ha, mas ainda pode cair mais um pouco até o final da colheita, que deve encerrar antes do mês de novembro acabar.

A redução da área cultivada com trigo em Santa Catarina foi de 6%, passando dos tradicionais 122 mil hectares (ha) em 2008, para 115 mil ha em 2009. A colheita iniciou na Região Oeste (municípios como Chapecó, Xanxerê), que representa cerca de 46% da área com trigo no Estado, onde os produtores já se preparam para o plantio da soja ainda nesta semana. Segundo a economista da Epagri, Márcia Cunha Varaschin, a produtividade na região foi 6% menor, chegando aos 2.500 kg/ha. Na maior parte das lavouras já colhidas, o PH ficou em torno de 75, resultado da alta umidade na colheita. “O cenário pode se repetir nas demais regiões do estado, já que muitas foram afetadas pela incidência de manchas foliares e intempéries climáticas”, explica a especialista da Epagri.

Nas principais regiões produtoras – Meio Oeste e Planalto Norte, em municípios

como Campos Novos e Canoinhas – a colheita ainda não começou. Nos mais de 20 mil

hectares, os prejuízos maiores foram resultado das chuvas que derrubaram as lavouras.

A produtividade inicial de 2.400 kg/ha pode cair para 2.100 kg/ha.

Contrariando o cenário pessimista, a Copercampos, que abrange mais de 20 municípios em Santa Catarina, está comemorando rendimentos acima de 3 mil kg/ha, com qualidade dentro dos padrões exigidos pela indústria (PH acima de 78). Segundo o engenheiro agrônomo Marcelo Capelari, dos 17.500 ha de trigo na área da Copercampos, cerca de 3 mil ha foram perdidos por granizo. Áreas isoladas também sofreram com manchas, mas a produtividade média deve ficar em 2.600 kg/ha.

Conforme o pesquisador da Embrapa Trigo Flávio Santana, sem controle, a mancha amarela, por exemplo, pode resultar em 40% de perda. “O que vimos neste ano, principalmente favorecido pelo clima, foram diversos tipos de manchas foliares e bactérias atacando uma mesma lavoura”, esclarece Santana. Ele lembra que, como a maioria dos ataques foram no desenvolvimento inicial das plantas, o trigo conseguiu se recuperar, mas a incidência de manchas foliares sempre implica em alguma perda. “A perda sempre vai ser maior quanto mais adiantada estiver a lavoura, apresentando plantas com mais folhas quando as manchas vão prejudicar o enchimento de grãos”, finaliza o pesquisador.

Joseani M. Antunes

Assessoria de Comunicação Embrapa Trigo

Compartilhar

Newsletter Cultivar

Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura

LS Tractor Fevereiro