Utilização de bactérias para a agricultura é destaque na Tecnoshow
A TECNOSHOW COMIGO recebeu nesta quarta-feira, 9, uma palestra que desmistifica o antigo conceito de que não é possível plantar trigo no Cerrado brasileiro. Edina Regina Moresco, agrônoma e pesquisadora da Embrapa Trigo (RS), veio mostrar para o público da feira que isso é possível sim, e também pode ser muito vantajoso. “O trigo ainda é visto como uma cultura nobre, mas não é bem assim. O trigo vai ser o melhor amigo da sua cultura. Porque como um bom amigo, ele vai ajudar a sua cultura principal a crescer, vai te fazer o bem”, argumenta a pesquisadora.
Com o tema “Benefícios do cultivo de trigo no sistema de produção do Cerrado brasileiro”, a Casa Embrapa destacou que o cultivo do trigo pode ter alguns riscos na Região Centro-Oeste, mas que pode trazer tantos outros benefícios. Isso porque, apesar de ser preconcebido como um cultivo de inverno, ele também pode ser aplicado de outras formas aproveitando o período das entressafras dos cultivos mais tradicionais, no período de julho a setembro. Pelas condições climáticas, o mais recomendado é plantar o trigo sequeiro, variedade mais resistente à seca.
A planta tem ciclo anual e ocupa o primeiro lugar em volume de produção mundial. No Brasil, sua produção está entre 5 e 6 milhões de toneladas, sendo produzido principalmente nas Regiões Sul e Sudeste. Entretanto, o cereal vem sendo introduzido aos poucos no centro do País, sob irrigação ou sequeiro, e o Sudoeste goiano pode ganhar destaque nessa produção, por ser pioneiro na prática do plantio direto.
Em sua palestra, a pesquisadora cita várias vantagens no cultivo do trigo, mas destaca: a participação como quebrador de ciclos de doenças; a colheita entressafras; o custo de produção; a formação de palhada; a proximidade com os centros consumidores; e o efeito supressor de nematoides. “Além de tudo isso, quando a produção não atinge a qualidade ideal, ele pode ser utilizado como gramínea para pastejo ou alimentação animal. A grande vantagem é que o trigo nunca deixa de capitalizar com outras culturas”, explica Edina.
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