Lavouras dos EUA precisam de chuvas

21.08.2013 | 20:59 (UTC -3)
Assessoria de Imprensa

As lavouras de soja e milho dos Estados Unidos (EUA) passam por uma fase bastante importante e decisiva para o mercado mundial, o que reflete diretamente nos produtores de Mato Grosso, maior estado produtor de soja. Segundo relatório de acompanhamento divulgado pelo Departamento de Agricultura do país (USDA, na sigla em inglês), as lavouras apresentaram uma piora nas condições na semana passada. É o que reforça o presidente da Aprosoja Brasil, Glauber Silveira, que está no país para acompanhar de perto essa situação. “Nessa fase final, a maioria das lavouras entraram em enchimento de grãos, tanto de soja quanto de milho. Precisamos informar aos nossos produtores sobre o andamento das lavouras do país”, disse.

Como a safra foi plantada com atraso, a produtividade deve ser afetada. “No início de julho estivemos aqui (em Illinois) e rodamos por mais de três mil quilômetros. Constatamos uma realidade diferente daquela que o próprio USDA relatava, tanto que em seu relatório de agosto o departamento corrigiu sua previsão de safra colocando os números mais baixos”, informou Silveira.

As lavouras de milho, que há dois meses haviam sido visitadas pela comitiva da Aprosoja Brasil e que na época estavam bem vistosas, agora chamam a atenção pelas folhas em pé e um pouco fechadas, típico de uma proteção contra a falta de água. “Também encontramos soja com vagem que não fechou, olhamos atentamente e percebermos que tanto a soja quanto o milho apresentam estresse hídrico, solo rachado, o milho com espigas miúdas. Sem dúvida a região foi uma das que teve o plantio mais atrasado”, explica Glauber.

Segundo Glauber, a situação é um quadro de perdas na soja e no milho, tendo em consideração que a soja tem resistência maior à seca do que o milho. “Certamente haverá quedas de produtividade, mas não dá para se prever grandes perdas ainda. Mas por outro lado também não tem como ser a maravilha que o USDA previa”, disse.

De acordo com o UDSA, as plantações de milho consideradas excelentes baixaram de 18% para 17% do total nos 18 estados pesquisados. As consideradas boas caíram de 46% para 44%. Já as muito ruins passaram de 3% para 4%; as ruins de 8% para 9% e as regulares de 25% para 26% do total plantado. Na soja, as lavouras consideradas excelentes se mantiveram em 14% do total, mas houve redução de 50% para 48% nas consideradas boas. As áreas consideradas muito ruins se mantiveram em 2%. Já as ruins passaram de 7% para 8% e as regulares de 27% para 28%.

Há mais de duas semanas não chove no estado de Illinois, a seca prevista para o oeste dos EUA se estendeu por todo o país. Também foram encontradas lavouras em condições melhores, mas ao avaliar de perto foi notada grande disparidade nas espigas. “Isso demonstra que a seca também afetou. Claro que as lavouras mais tardias estão sendo mais prejudicadas, uma vez que entraram em enchimento de grãos agora. Se esta seca continuar por mais dias as perdas serão agravadas”, contou Silveira.

Os produtores dos Estados Unidos explicaram que o enraizamento do milho está prejudicado pelo atraso no plantio e agora com a falta de chuva, que já vai superar três semanas. “Se não chover, muito milho que agora começa a formar a espiga vai sofrer grandes perdas”, finaliza Glauber.

A previsão climática aponta para dias secos e mais quentes ainda, na região de Des Moines a previsão para quinta-feira (22) é de quarenta graus, com noites mais quentes, o que complica ainda mais o quadro já que as noites mais frescas amenizavam a falta de chuva.

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