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A safra de trigo 2016 avança com bons resultados em Ijuí, uma das regiões tritícolas mais tradicionais do Rio Grande do Sul. As lavouras, que no momento encontram-se em fase de enchimento de grãos e final de floração, apresentam um elevado potencial produtivo neste ano. As produtividades devem compensar a diminuição de área em relação ao ano passado, com perspectiva de maior qualidade e rendimento de grãos. A previsão é até o final da primeira quinzena de outubro, cerca de 60% da área plantada já esteja colhida. Além do clima propício, o investimento em cultivares menos suscetíveis a doenças e o manejo adequado estão sendo indispensáveis para formação do potencial visto até o momento.
Na última quarta-feira (5), a Biotrigo Genética promoveu um dia de campo no município. O evento reuniu cerca de 120 pessoas e discutiu a importância da genética para o desenvolvimento de uma boa safra, técnicas de manejo e prevenção de doenças. O dia de campo foi dividido em duas partes. Pela manhã, as atividades foram voltadas aos sementeiros e, à tarde, aos consultores de revendas, cooperativas e agricultores. Entre as cultivares apresentadas, o maior destaque ficou com o TBIO Energia I, primeira cultivar de trigo especialmente desenvolvida para a produção de forragem conservada para alimentação animal. De acordo com o mestre em zootecnia e Técnico em Novos Negócios da Biotrigo Genética, Ederson Luis Henz, a silagem do TBIO Energia I representa uma alternativa interessante na produção de biomassa e no aspecto nutricional. “O TBIO Energia I vem para o mercado como uma alternativa para este segmento, minimizando custos, maximizando o uso da terra, enriquecendo a dieta animal em energia e proteína e mantendo a saúde de rúmen pela qualidade da fibra".
Avanços no melhoramento
Outro destaque do evento ficou por conta do detalhamento do manejo da cultivar mais recente da Biotrigo, o TBIO Sossego, cujo maior diferencial é o pacote fitossanitário inédito no mercado brasileiro. Segundo o Supervisor Comercial da Biotrigo, Tiago De Pauli, o TBIO Sossego tem em sua genética excelente resistência às manchas foliares, alto nível de resistência à ferrugem da folha e bacteriose, além do elevado nível de resistência aos maiores problemas de difícil controle na cultura do trigo, contemplando doenças como Brusone e Giberela. "Para garantir maior segurança, o TBIO Sossego ainda tem ótima resistência à germinação da espiga e excelente qualidade industrial, atendendo plenamente o mercado de panificação”, completa Tiago.
Pela primeira vez no campo, a Biotrigo apresentou dois novos materiais que deverão ser lançados após o TBIO Energia I. Segundo o diretor de negócios e melhorista da Biotrigo, André Cunha Rosa, as linhagens são provenientes de um grande esforço no programa de melhoramento genético, sendo os primeiros filhos de TBIO Toruk, cultivar esta que vem se destacando no cenário da triticultura nacional. “Além de manter o grande potencial produtivo do TBIO Toruk, os dois pré-lançamentos, reúnem uma excelente combinação, onde se destacam a alta qualidade industrial, as excelentes características agronômicas, dentre elas, o tipo de planta, a resistência ao complexo de doenças do trigo, somados aos ciclos precoce e super-precoce, respectivamente, muito demandados pelos agricultores da região”, afirma.
Manejo correto de Nitrogênio
Durante o evento, o gerente comercial da Biotrigo, Lorenzo Mattioni Viecili, falou sobre a importância do manejo correto de Nitrogênio. “Nós tivemos em algumas regiões do Estado um período de estiagem no início do desenvolvimento do trigo, na fase de perfilhamento. Isso dificultou com que a planta absorvesse o Nitrogênio do modo ideal. Felizmente o trigo tem outra fase bastante importante que é o início da elongação, onde ele começa a definir o maior potencial produtivo”, explica Lorenzo. Nesta fase, a planta precisa ter disponibilidade de nutrientes, principalmente Nitrogênio. Ele relembra que a aplicação de nitrogênio não é específica de uma só fase, ela deve ser dividida em várias aplicações. “Quem acompanhou as notícias da Biotrigo, foi aos eventos e palestras e seguiu as indicações de fracionamento de N, observou um diferencial no potencial produtivo dos materiais neste ano”.
Clima desfavoreceu as doenças
A região apresentou ocorrência de algumas doenças, mas nenhuma delas levou à perdas consideráveis nas lavouras. Um exemplo é a mancha amarela. Historicamente, as áreas próximas ao município de Ijuí apresentam expressiva ocorrência da doença, devido a monocultura de trigo. Aos participantes do dia de campo, o fitopatologista da Biotrigo Genética, Dr. Paulo Kuhnem, explicou que a mancha amarela é causada por um fungo necrotrófico, que possui habilidade de sobreviver no tecido morto do trigo. Ela causa uma lesão que destrói a área foliar e afeta o rendimento dos grãos. A melhor forma de evitar a doença é a rotação de culturas, entretanto, utilizar sementes sadias também é importante. Conforme Paulo, TBIO Sossego é o material mais resistente à mancha amarela existente hoje no mercado. “A eficiência dos fungicidas para controlar a mancha amarela vem sendo questionada nas últimas safras. Se o produtor utilizar uma cultivar com nível de resistência maior, pode flexibilizar o manejo de fungicidas na parte área”, explica.
Apesar de não ter sido a mais afetada no Estado, a região de Ijuí também apresentou ocorrência de vírus do mosaico comum. Transmitido por um fungo de solo, favorecido em solos compactados e úmidos, normalmente ocorre em temperaturas amenas, na faixa de 6°C a 15°C. “Apesar da ocorrência, observamos uma recuperação muito boa em lavouras onde foi feito um manejo adequado do Nitrogênio, associado ao aumento da temperatura que faz com que o vírus pare de se multiplicar na planta”, explica Paulo. Entre as práticas que podem evitar a doença está a escolha da cultivar, já que a rotação de culturas não elimina o inóculo.
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